A previsão do mercado é que a Selic suba 1,5 ponto percentual na última reunião do ano do Copom, que termina hoje
A taxa básica de juros, a Selic, deve terminar 2021 a 9,25% ao ano, de acordo com expectativa quase unânime do mercado financeiro.
Nesta quarta-feira (8), o Copom (Comitê de Política Monetária) conclui a última reunião do ano e a previsão é que a taxa suba 1,5 ponto percentual. Atualmente, a Selic está em 7,75%.
Analistas do mercado financeiro já vinham sinalizando a expectativa dessa alta desde a última reunião do Copom, realizada em outubro, quando os membros indicaram a elevação na nota apresentada após o encontro.
O Boletim Focus, divulgado na segunda-feira (6), também sinalizou alta de 1,5 ponto percentual nesta última reunião e que a Selic feche o ano a 9,25%.
Segundo o Focus, que compila previsões de cerca de 100 respondentes na sondagem do Banco Central, a Selic finalizaria 2022 a 11,25%.
Selic estava em queda até março de 2021
Até março deste ano, a taxa básica de juros vinha registrando uma série de quedas desde julho de 2015 e sequência de reduções consecutivas desde julho de 2019, chegando ao menor patamar da história.
A alta da inflação e as incertezas da economia por causa das crises financeira e sanitária geradas pela pandemia de coronavírus vêm pesando na decisão do Copom de elevar sucessivamente a Selic, de acordo com o mercado.
Como funcionam os juros básicos?
A Selic é conhecida como taxa básica porque é a mais baixa da economia e funciona como forma de piso para os demais juros cobrados no mercado.
A taxa é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais.
Em linhas gerais, a Selic é a taxa que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo a empresas ou consumidores em forma de empréstimos ou financiamentos.
Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores à Selic.
A taxa básica também serve de principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, próximo da meta estabelecida pelo governo.
Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento.
Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.
EconomiaR7