O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central confirmou as expectativas do mercado e anunciou na noite desta quarta-feira a manutenção da taxa básica de juros da economia brasileira em 10,75% ao ano. Com isso, a taxa Selic permanece no mesmo patamar há três reuniões e, segundo analistas, deve seguir a 10,75% até o fim do ano. Para 2011, no entanto, o quadro ainda parece incerto.
Em comunicado divulgado após o encontro – o sétimo e penúltimo de 2010 -, a autoridade monetária disse que a decisão foi unânime. “Avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 10,75% ao ano, sem viés”, disse o BC.
O Copom volta a se reunir nos próximos dias 7 e 8 de dezembro, no último encontro do ano, que também marcará a última reunião da chamda “era Lula”. A expectativa é de que o Banco Central não altere a Selic, deixando ao novo governo a responsabilidade de conduzir a política monetária.
Com a confirmação da manutenção da Selic anunciada nesta quarta-feira, os especialistas voltam suas atenções para a ata do encontro, que será divulgada na quinta-feira da semana que vem. O mercado aguarda a avaliação do Banco Central sobre o panorama econômico e possíveis mudanças no quadro observado no encontro passado, realizado em setembro.
“Creio que a ata trará elementos muito interessantes e relevantes”, diz Ricardo Denadai, economista sênior da Santander Asset Management, em relatório. “Como o Copom reiterou em seus últimos documentos sua análise de que o cenário internacional de baixo crescimento teria impacto desinflacionário sobre a economia brasileira, será muito importante conhecer o modo que o comitê tratará esta questão da elevação das commodities em reais. E, é claro, como o comitê abordará a questão cambial propriamente dita”, completa.
2011
Embora a manutenção dos juros soe como unanimidade para os especialistas em 2010, para o ano que vem o cenário é mais nebuloso. A LCA Consultores e o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depec) do Bradesco apostam em manutenção da Selic em 10,75% até o fim de 2011. O banco Santander, por sua vez, acredita que os juros devem subir a 13%, enquanto o Royal Bank of Scotland (RBS) considera a possibilidade de queda da taxa, a 10,25%, em caso de um cenário benéfico para a inflação.
IG/U.Seg