Qualquer um com conta em banco já deve ter notado os incentivos para o pagamento de contas por meio de cartões, tanto de débito quanto de crédito, e também para o débito automático. Em contrapartida, o uso do cheque pesa cada vez mais no bolso dos consumidores.
Hoje existem tarifas para a emissão de cheques de baixo valor –inferiores a R$ 40– e até de alto valor –acima de R$ 5.000.
Quando se emite, por exemplo, um cheque de R$ 20, o cliente gasta de R$ 0,50 a R$ 0,70 a mais. Se o cheque for de R$ 6.000, o gasto adicional pode variar entre R$ 5,40 e R$ 7,80.
A cobrança destes tipos de tarifas fazem parte, segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), de uma campanha de “moralização” do uso dos cheques. Para a federação, a segurança nas transações bancárias eletrônicas é maior, e as instituições induzem os clientes a usá-las.
Ainda para a Febraban, os clientes não podem se esquecer que o cheque é um título de crédito, e não numerário.
“Depois do Plano Real, com as baixas taxas de juros, os bancos precisaram encontrar formas de manter seu faturamento. Isso se refletiu na cobrança de tarifas”, afirma Carlos Eduardo Oliveira Junior, conselheiro do Corecon (Conselho Regional de Economia).
A Febraban informa que a cobrança das tarifas é permitida pelo Banco Central. A única exigência é que elas sejam informadas ao governo e que fiquem à disposição dos clientes nas agências, em local visível. Não há um teto para as tarifas, pois os bancos têm direito à livre concorrência.
O Procon-SP (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) orienta o cliente a ficar atento quanto às cobranças e a questionar os bancos sempre que houver dúvidas.
Uso menor, custo maior
Pesquisas recentes mostram que o uso dos cheques vem caindo no país –resultado da criação de novas formas de pagamento, como os cartões de débito, e também da campanha dos bancos para o uso consciente dos cheques.
Segundo a Serasa (empresa de análise de crédito), desde 1991 houve redução de 48% no volume de cheques compensados. “A maior queda é registrada a partir de 1994, quando começou o controle efetivo da inflação”, diz Carlos Henrique de Almeida, assessor econômico da empresa.
FO