quinta-feira, 21/11/2024
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Avião da FAB aguarda liberação para decolar e resgatar brasileiros no Suriname

O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que irá resgatar mais cinco brasileiros feridos no Suriname aguarda liberação para decolar de Brasília rumo a Paramaribo, capital do país vizinho. A aeronave deve partir ainda na manhã deste domingo, segundo a FAB, para resgatar brasileiros que ficaram feridos no ataque lançado por surinameses contra 200 estrangeiros, incluindo brasileiros e chineses, na região de Albina na noite de Natal.

Além dos feridos, o avião também deve trazer outros brasileiros que tenham interesse em voltar ao Brasil. Estarão a bordo da aeronave uma funcionária da Secretaria Especial de Atenção à Mulher para dar assistência às brasileiras vítimas de violência sexual e uma diplomata especializada em temas consulares. Segundo o secretário-geral do Itamaraty, Antonio Patriota, entre 10 e 20 mulheres – incluindo brasileiras e estrangeiras – foram vítimas de estupro na noite do ataque.

De acordo com Patriota, 17 brasileiros no Suriname demonstraram interesse em retornar ao Brasil no voo. O horário de partida da aeronave será definido até a manhã desta quarta-feira.

Segundo nota divulgada nesta terça-feira pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil, dos oficiais 25 brasileiros feridos, 20 já receberam alta. Cinco ainda estão internados e deverão ser levados para Belém em voo da FAB nesta quarta-feira, incluindo um homem com risco de amputação de um dos braços em decorrência de cortes provocados por facão e outro com ferimentos graves na mandíbula. Não há risco de morte entre os feridos, segundo o Itamaraty.

Em meio a novas ameaças de violência contra brasileiros, desta vez na área de Tabaki, o Itamaraty conseguiu que o governo surinamês reforce o policiamento na região. Um grupo de 20 policiais foi enviado para o local. Em entrevista à Agência Brasil, o embaixador do Brasil em Paramaribo (capital do Suriname), José Luiz Machado e Costa, afirmou que o governo do Brasil cobrou do Suriname alerta máximo para evitar que as novas ameaças a brasileiros se concretizem.

Já Patriota afastou a possibilidade de novos ataques contra brasileiros na região. Segundo ele, o governo surinamês intensificou a segurança e garantiu que o ataque na véspera de Natal foi um “ato isolado”.

O padre José Virgílio da Silva, que dirige a rádio Katólica e deu assistência aos brasileiros vítimas do ataque, afirmou que há pelo menos sete desaparecidos – incluindo brasileiros. De acordo com relatos de brasileiros que moram no Suriname, quilombolas surinameses teriam matado e jogado os corpos das vítimas nos rios e matas da região.

O Itamaraty, porém, não confirma que existam vítimas fatais do ataque. “Não estou afirmando que não haja desaparecidos. Estamos observando as informações com cautela. Até o momento, não houve comprovação (sobre os desaparecidos)”, disse Patriota.

Paralelamente, o Itamaraty ordenou um mapeamento de todos os brasileiros que vivem no Suriname. Por falta de dados oficiais e documentos legais, a estimativa é ampla: os números variam de 12 mil a 22 mil, a maioria em áreas de garimpo. Haveria também brasileiros envolvidos com prostituição e com tráfico de drogas.

Outra dificuldade, de acordo com diplomatas, é que, na tentativa de fugir das ameaças de violência, muitos escapam para a mata fechada. As áreas de selva no Suriname são extensas e de difícil acesso.

Na noite do último dia 24, cerca de 200 estrangeiros, entre brasileiros e chineses, foram atacados por quilombolas surinameses em Albina. Na região vivem principalmente garimpeiros e suas famílias, que não dispõem de documentos legais. No entanto, a motivação do ataque teria sido um suposto crime envolvendo um brasileiro e um “marrom” – como são chamados os quilombolas (descendente de escravos surinameses).

A Embaixada do Brasil em Paramaribo informou que todos os brasileiros que estavam em Albina foram retirados do local. A orientação é para que evitem áreas de risco no Suriname. A medida vale, inclusive, para jornalistas que fazem reportagens no país.

F:UltSegundo

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Parmenas Alt
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