O câncer avança pelo planeta. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), todos os anos são registrados 11 milhões de novos casos de uma das 100 doenças que formam o grupo câncer no mundo. Também a cada ano, oito milhões de pessoas não são curadas e morrem. No Brasil, o câncer é a segunda causa de mortalidade, de acordo com o Ministério da Saúde, sendo responsável por 15,7 % dos óbitos registrados no País. E o pior: esse número pode aumentar. Recentemente, a OMS divulgou uma pesquisa preocupante. Até 2028, o número de novos casos de câncer pode subir até 50% no mundo.
O infectologista Carlos Jorge Lotfis, diretor de operações do Hospital do Câncer A.C. Camargo, de São Paulo, explica que o câncer pode ser causado por fatores externos (substâncias químicas, irradiação e vírus) e internos (hormônios, condições imunológicas e mutações genéticas), além dos hábitos de vida. O processo de desenvolvimento da doença é lento e ela pode levar de 20 e 40 anos para se manifestar. Até a década de 50, as neoplasias (multiplicação das células que provoca o câncer) eram relativamente raras. Até porque poucos passavam dos 60 anos.
Se o tempo não pode ser contido, alguns hábitos certamente podem ser abandonados. “Calcula-se que se o tabaco fosse banido do mundo, os casos de câncer cairiam 35%. A dieta rica em carne vermelha e pobre em fibras vegetais também colabora com o problema, bem como as prolongadas exposições ao sol”, observa o médico.
As formas de tratamento e o momento certo de adotá-las são objetos de pesquisas há anos. Cirurgia, quimioterapia e radioterapia são os procedimentos eficazes para aumentar a expectativa de vida dos pacientes. Mas evitar ou amenizar o sofrimento de doentes e familiares ainda é um grande desafio para os cientistas, já que os efeitos colaterais continuam fortes.
Câncer mata se não for tratado. E todos são curáveis, desde que descobertos nos estágios iniciais. Por isso é tão importante o diagnóstico precoce. As mulheres devem fazer exames de papanicolau e mamografia (que detectam câncer do colo do útero e de mama, respectivamente) todos os anos. Nunca é demais lembrar os hábitos saudáveis. “Evitar o consumo de hormônio em excesso e de conservantes químicos, bem como o contato com substância química cancerígena e fazer a higiene adequada dos órgãos genitais, da boca e dos alimentos são boas maneiras de prevenir”, aconselha Lotfis.
Para evitar o câncer de pele, basta usar protetor solar diariamente e não se expor aos raios solares nos horários de pico. Os cânceres de boca, esôfago e pulmão estão associados ao tabagismo. O de fígado,
ao alcoolismo. (J.V.)
Fonte:F.Uni