Fios de energia ‘descascados’ rondando o chão, buracos mal remendados no asfalto, e carência de energia elétrica em alguns pontos, entre outros
dissabores, são alguns dos transtornos provocados por obras da Global Village Telecom (GVT), autorizadas pela Prefeitura de Cuiabá, sem qualquer consulta ou sequer aviso prévio às comunidades.
O presidente da Associação Comunitária do CPA-I, Sebastião Odir Siqueira, afirma que a comunidade está sendo vítima de uma invasão predatória de uma companhia privada, a GVT, numa situação inusitada, porque tem aval da Secretaria Municipal Infra-Estrutura, que obedece ao prefeito Wilson Santos.
A GVT está retirando dos postes toda fiação aérea da telefonia, já antiga, para implantar o sistema subterrâneo.
As obras já invadiram até mesmo parte do CPA-II, que é muito maior que o CPA-I e tende a causar problemas bem mais complexos.
Segundo Odir Siqueira, pelo menos três mil famílias dos CPAs I e II (Grande Morada da Serra), na região Norte de Cuiabá, estão sendo prejudicadas. “O correto seria, antes, discutir o tema com a comunidade, explicando os motivos da obra e suas conseqüências, buscando formas de minimizar a dor de cabeça do cotidiano dos moradores”, afirma o líder comunitário.
Sebastião Odir destaca que há casos em que fios da corrente elétrica estão soltos ou mal acoplados aos postes dos quais foram retirados os equipamentos da GVT. E, para surpresa geral, principalmente em dias de chuva, quem toca
em determinados postes leva choque. “A única definição possível: é um absurdo”, resume o presidente da Associação do CPA-I.
A Assessoria da GVT informou apenas que as obras obedecem aos padrões internacionais e têm autorização tanto da Prefeitura de Cuiabá quanto da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Outros problemas
Sebastião Odir aguarda, para breve, o cumprimento da promessa do prefeito
Wilson Santos de que a Procuradoria Geral do Município teria uma solução judicial – de curto prazo – para liberar a quadra de areia interditada por uma moradora, atrás do Colégio Aptus, na entrada do bairro.
O problema se arrasta desde 2006, quando a obra foi inaugurada. Pelo menos 300 famílias são prejudicadas, não podendo utilizar a quadra de areia, que é um bem público, por causa da decisão judicial que beneficiou uma única
morada.
Na mesma vertente, Sebastião Odir classifica como inexplicável o fato de as obras da Praça e do mini-estádio do CPA-I, ao lado do Terminal de
Integração, até hoje não terem sido realizadas. Prometida de Wilson Santos, em 2008, as reformas da praça e do mini-estádio nunca foram executadas, causando sérios prejuízos à comunidade, por se tratar da maior área de lazer
da Grande Morada da Serra.
O prefeito Wilson Santos não atendeu às ligações. A Secretaria de Comunicação de Cuiabá se comprometeu em retornar às ligações, com os
esclarecimentos da municipalidade, mas não deu qualquer explicação no prazo estabelecido em comum acordo com a reportagem.
Ronaldo Pacheco