O governo da Austrália suspendeu todas as restrições que impediam mulheres de desempenhar determinados cargos nas Forças Armadas do país, inclusive em situações de combate. As militares com a qualificação adequada poderão servir nas Forças Especiais e nas unidades em linhas de frente de combate.
O ministro da Defesa australiano, Stephen Smith, afirmou que a proibição será suspensa imediatamente mas sua implementação poderá demorar até cinco anos. Críticos descreveram a medida como prematura e que ela serve apenas como propaganda do governo.
A Austrália tem cerca de 59 mil militares mulheres, incluindo 1,5 mil que estão no Afeganistão. Atualmente, as mulheres podem ocupar cerca de 93% dos cargos militares, incluindo na artilharia. Com a suspensão da proibição, elas poderão ocupar os 7% dos cargos restantes, se elas forem consideradas qualificadas física e psicologicamente.
“Extensão lógica”
Smith afirmou que a medida é “uma extensão lógica da opinião da sociedade na Austrália de que todos nós somos iguais independente de nossa experiência ou de nosso gênero”.
“A partir deste dia…nenhum cargo de combate, nenhuma posição na linha de frente será proibida para um australiano tendo como base o sexo dele ou dela, será aberto para todos que quiserem tendo o mérito como base”, acrescentou o ministro. “Esta é uma mudança cultural importante.”
Atualmente, Canadá, Nova Zelândia e Israel permitem mulheres em todos os cargos militares. Mas a medida gerou críticas. O chefe de um grupo lobista do setor militar, a Associação de Defesa Australiana, Neil James, afirmou que o governo se precipitou, pois ainda está sendo feita uma pesquisa, por autoridades do setor de defesa, a respeito das habilidades das mulheres em um contexto militar.
“Não nós dá muita confiança de que isto não seria nada além de um golpe publicitário político e uma distração”, afirmou James em uma entrevista à rádio pública australiana ABC.
BBC Brasil