quinta-feira, 07/11/2024
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Aumento vai influenciar preço dos fretes em MT

A alta de 2% repassada ontem aos postos revendedores de combustíveis pela BR Distribuidora por causa do aumento da adição do percentual de biodiesel ao diesel – que passou ontem de 1% para 2% – poderá refletir diretamente nos preços do frete. A obrigatoriedade da adição de um percentual maior de biodiesel ao diesel é válida para todo o país e, ontem, os postos de Cuiabá decidiram reajustar os preços em 2% na bomba. Com isso, os preços médios de R$ 2,20/litro que vinham sendo adotados até último domingo passaram na segunda-feira para R$ 2,27. No Estado, a média é de R$ 2,32.

“Apenas repassamos o reajuste praticado pela companhia em função desta determinação do governo federal [maior quantidade de biodiesel na mistura ao óleo diesel]”, justificou Ronaldo Aparecido Silva, gerente do posto Santa Elisa, em Cuiabá.

“Não há como absorvermos este aumento, que é legal e partiu do governo federal, devido a esta adequação à nova composição do diesel”, afirmou Paulo Henrique Gomes, que gerencia um posto na Avenida Rubens de Mendonça.

Por conta desta alta oficial, o setor de transporte de cargas já fala em repassar o reajuste para os preços do frete. “Vamos aguardar o comportamento dos postos e ver em que proporção esta alta será repassada nas bombas”, disse ontem o diretor executivo da Associação dos Transportadores de Cargas de Mato Grosso (ATC), Miguel Antônio Mendes.

Mendes teme o “efeito dominó” da nova alta em toda a cadeia produtiva. “Os preços, sem dúvida, poderão sofrer reajuste porque o diesel é o principal termômetro do frete e praticamente toda matéria-prima e produtos industrializados são transportados por caminhão”, lembra ele.

Segundo ele, atualmente os combustíveis chegam a consumir até 60% da receita do frete. “Os 40% restantes do faturamento são para pagar motorista, pneus, depreciação da frota e para cobrir outras despesas operacionais. No final das contas, o transportador acaba operando praticamente sem margem de lucro”. Levantamento mostra que o custo do frete para a transportadora é de R$ 2,02 por quilômetro rodado.

Em Mato Grosso, são cerca de 400 transportadoras em atividade no Estado. “Este ano começamos a recuperar parte do que perdemos nos últimos três anos graças à ótima safra agrícola”, avalia Mendes. Mas o setor ainda acumula perdas devido ao aumento do custo.

“Só no item combustível, por exemplo, a alta acumulada no período de julho de 2004 a julho deste ano já chega a 40%. Enquanto isso, o reajuste dos fretes não passou de 15%. Realmente a defasagem ainda é muito grande e preocupa”, salienta Mendes.

NOVA ALTA – Ele afirmou que o governo estadual poderia ter encontrado outra solução para compensar a nova alta do diesel devido à maior adição de biodiesel. “O que temos observado é que a gasolina está baixando e o diesel está cada vez mais caro. O governo poderia baixar a nossa alíquota de 17% para 12%, como já fazem outros estados”.

Mendes informou que o governo já sinalizou com a possibilidade, mas ainda não tomou a decisão. “Temos feito uma pressão enorme em cima do governador e do secretário de Fazenda {Éder de Moraes Dias]. A Assembléia Legislativa também está conosco e acreditamos que a redução da alíquota é uma questão de tempo e só depende de vontade política do governador”, afirmou o diretor da ATC.

Segundo a ATC, o Preço Médio Ponderado Final (PMPF) de Mato Grosso, que serve como parâmetro para a cobrança de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) é de R$ 2,1269.

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Parmenas Alt
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