A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)…
“Nós íamos comprar 100 mil toneladas, mas, pelos preços que eles (o Mercosul) estavam anunciando, nós íamos comprar só 70 mil. Certamente, eles vão voltar para a realidade porque não é justo. Nós demos uma demonstração ao Mercosul de que, se for querer especular, nós buscamos de outro lugar” disse o ministro Fávaro, acrescentando que alta na cotação rondou os 30%.
Por Redação – de Brasília
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) resolveu adiar o leilão de 104 mil toneladas de arroz, inicialmente marcado para esta terça-feira, depois que fornecedores da América Latina elevaram os preços do grão em mais de 30%, sem qualquer explicação.
O governo pretende realizar o leilão para aumentar a oferta do grão no país, em meio às enchentes no Rio Grande do Sul. O Estado é responsável pela produção de 70% do arroz consumido internamente. Em comunicado, a Conab diz que a “data de realização será publicada oportunamente”.
Ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira disse a jornalistas que o adiamento foi feito em decorrência da portaria assinada, na véspera. O governo anunciou a redução a zero do imposto de importação de três tipos de arroz para evitar problemas de oferta do produto.
Lei da oferta
Já o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, foi mais direto ao deixar claro ao Mercado Comum do Sul (Mercosul) que o Brasil buscará arroz “em outro lugar” se houver “especulação” no preço por parte do bloco. Com as taxas de importação zeradas, todos os países competem com maior igualdade com o Mercosul, uma zona de livre comércio.
Para evitar o desabastecimento de arroz no Brasil, o governo pretendia comprar o alimento de países vizinhos, como forma de promover a integração regional. — Nós íamos comprar 100 mil toneladas, mas, pelos preços que eles (o Mercosul) estavam anunciando, nós íamos comprar só 70 mil. Certamente, eles vão voltar para a realidade porque não é justo. Nós demos uma demonstração ao Mercosul de que, se for querer especular, nós buscamos de outro lugar — disse Fávaro, acrescentando que alta na cotação rondou os 30%.
Nota fiscal
O ministro repetiu ainda, mais uma vez, que a importação de arroz não é para competir com os produtores do Rio Grande do Sul.
— Nós estamos com um problema de logística. (O arroz) não consegue sair de lá, não consegue emitir nota (fiscal) — explicou. Fávaro declarou que, mesmo com rotas alternativas, há o problema do custo logístico.
— Vai você contratar um frete agora? Vai lá buscar o arroz no Rio Grande do Sul sabendo que vai ter dificuldade? Filas, o frete (custando) 20%, 30%? Então nós precisamos tomar medidas de apoio para abastecer o mercado e garantir estabilidade. Não é em detrimento dos produtores — resumiu.
Da redação do AltNotícias com informações do MSN