Os criadores de Mato Grosso do Sul estão insatisfeitos com o preço da arroba do boi gordo. O valor tem registrado queda nas últimas semanas e o custo de produção não para de subir.
O frigorífico não recebeu o lote do criador Jorge Tupirajara, que está pronto e recebe no cocho a complementação para engordar. “O produto custa cerca de R$ 1,00 o quilo. O animal chega a consumir de um a um quilo e meio por dia de ração, custo fixo que a gente tem para fazer o acabamento do animal. Hoje, ele custa R$ 92 a arroba na fazenda, mas fala-se em R$ 88 o valor da arroba”, diz.
Os criadores de Mato Grosso do Sul recebem cerca de R$ 10 a menos do que um ano atrás por causa do aumento na oferta de animais. Este ano, não foi registrada cheia no Pantanal e muitos criadores anteciparam as vendas.
Como o período de estiagem no estado é mais rigoroso, o pasto perde qualidade, dificultando a engorda do rebanho. Os pecuaristas buscam alternativas para negociar o boi gordo.
O criador Paulo Sérgio Lemos, que procura compradores fora do circuito dos grandes frigoríficos, conseguiu vender a arroba por R$ 90.
Além do aumento da oferta local de boi gordo, o mercado mundial também está comprando menos carne brasileira. No acumulado de janeiro a abril, houve redução de 28% nas vendas na comparação com o mesmo período do ano passado.
“A Rússia cria dificuldades. O Irã está com problema de ordem política. O Egito, 4º maior importador, está com problemas econômicos internos. O único que não está tendo problema é Hong Kong. A dificuldade de exportação, a retração do mercado interno e a concorrência acirrada provocaram a queda nos preços”, explica João Pedro Cuti Dias, analista de mercado.
Aumento da oferta provoca queda no preço do boi gordo
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