O número de mortos pela ofensiva contra terroristas em um campo de gás no Saara da Argélia passou de 80 depois que forças argelinas encontraram vários corpos quando procuravam explosivos no local. De acordo com uma fonte de segurança, os corpos estão tão desfigurados que é difícil saber se são de reféns ou de militantes.
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As forças argelinas invadiram no sábado o campo de Ain Amenas, na desértica região sul da Argélia, para pôr fim ao impasse de quatro dias, agindo para impedir o que autoridades do governo descreveram como uma conspiração de extremistas islâmicos de explodir o complexo e matar todos os reféns com minas espalhadas pelo campo operado pela estatal de petróleo da Argélia, Sonatrach, juntamente com a petrolífera britânica BP e a norueguesa Statoil.
Depois da ação, a Argélia disse que a ofensiva das forças do governo deixaram ao menos 32 radicais e 23 reféns mortos . No domingo, esquadrões antibomba enviadas para explodir ou desmontar artefatos encontraram mais 25 corpos.
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"É difícil identificar esses corpos. Poderiam ser de reféns estrangeiros ou argelinos ou de terroristas", disse a autoridade de segurança sob condição de anonimato. Além dos corpos achados, um romeno que havia sido retirado ferido do local morreu, levando o número total de mortos para pelo menos 81.
Em uma declaração, o Katibat Moulathamine ("Brigada Mascarada"), grupo fundado por um importante membro da Al-Qaeda no Norte da África que reivindicou o ataque lançado na quarta , alertou para mais ataques desse tipo contra qualquer país que apoie a intervenção militar da França no vizinho Mali , onde tropas francesas tentam impedir o avanço de radicais islâmicos.
Duas estações de TV privadas da Argélia e um site de notícias disseram que as forças que vasculhavam o complexo encontraram cinco militantes escondidos e receberam a informação de que outros três fugiram.
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As autoridades disseram que a ação sangrenta foi lançada na quarta por 32 homens de seis países sob o comando de Moktar Belmoktar , fundador da Brigada Mascarada, com base no Mali. "Nós, da Al Qaeda, anunciamos essa abençoada operação", disse o terrorista em um vídeo, segundo o site regional Sahara Media.
Graduado comandante da Al-Qaeda no Magreb Islâmico desde o fim do ano passado, Belmoktar é cego de um olho montou seu próprio grupo armado depois de aparentemente ter se indisposto com outros líderes.
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Os sequestradores, que iniciaram a operação na madrugada da quarta, exigiam o fim da intervenção militar francesa no vizinho Mali, que havia começado cinco dias antes. Fontes oficiais dos EUA e Europa, no entanto, acreditam que a operação havia sido planejada com bem mais antecedência.
A situação se tornou sangrenta no dia seguinte, quando o Exército argelino abriu fogo contra sequestradores que tentavam fugir com reféns.
Quase 700 trabalhadores argelinos e mais de cem estrangeiros fugiram , principalmente na quinta, quando os combatentes foram expulsos da ala residencial do campo de gás. Alguns militantes continuaram entrincheirados até sábado dentro do complexo industrial, quando foram finalmente dominados.
A ação abalou as relações da Argélia com seus aliados ocidentais, incluindo alguns se queixam de não foram informados com antecedência da decisão de invadir a usina. França e Reino Unido, no entanto,defenderam a operação militar argelina.
ÚltSeg
*Com AP e Reuters