Há mais de oito anos sem sofrer interferência com nomeações políticas, a nova indicação veio diretamente do Ministério do Trabalho, pasta comandada por Manoel Dias (PDT). "Precisamos de um servidor de carreira, pois os auditores tem mais compromisso com a instituição e conhecem os problemas reais da administração", diz Marilete Mulinares Girarde, auditora fiscal do trabalho.
Apesar do prédio da Superintendência Regional do Trabalho fechar as portas durante todo dia de amanhã (28), os servidores vão atender do lado de fora do órgão, informando e orientando a população, mas o trabalho referente à fiscalização não deve acontecer. "A gente espera que com isso essa nomeação seja revogada. Há muitos anos que estamos trabalhando para que esse cargo seja ocupado por servidores capacitados. Somos contra nomeações políticas", diz Girarde.
Segundo os servidores o desmonte da categoria inclui baixos salários e condições precárias de trabalho. A nota de repúdio será enviada para Brasília ao Ministro do Trabalho. Abaixo segue a íntegra do documento que será entregue ao ministro.
A Delegacia Sindical do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho, sub sede Mato Grosso, em conjunto com mais de 30 Trinta entidades representativa da sociedade civil organizada e de representação de classe, como a Associação dos Auditores Fiscais do Trabalho de Mato Grosso- AMAFIT, entidades do Forum de Direitos Humanos e da Terra, Central, federação e sindicatos de Trabalhadores vem REPUDIAR a nomeação de um POLÍTICO para o cargo de superintendente regional do trabalho e emprego em Mato Grosso.
Ao longo de 08 anos essa entidade é dirigida por quadro de carreira do MTE, por Auditores Fiscais do Trabalho e por servidores administrativos que conseguiram realizar inúmeras ações com respeito a moralidade, impessoalidade, eficiência e economicidade. Sempre com respeito a sociedade e nessa trajetória ganhou vários reconhecimentos das entidades de representação de classe tanto laboral como patronal e da sociedade civil organizada.
A atuação da fiscalização e dos serviços sempre atuaram sem interferência POLÍTICA nesses 08 anos e pautado no forte diálogo social que permitu construir uma imagem de uma entidade forte e compromissada coma justiça social. No passado políticos que assumiram a então DRT/MT demonstraram descompromisso com o serviço público e com a instituição e sempre focaram suas ações por interesses PARTIDÁRIOS.
A carreira dos servidores públicos da SRTE/MT preocupa se com a forma que o Partido Democrático Trabalhista fez a indicação, pois a carreira tinha realizado de forma democrática e baseado em mérito e competência a indicação de um servidor de carreira e teve a garantia do Ministro do Trabalho que manteria quadro de carreira nesse cargo.
Essa indicação contraria também a postura do Senador Pedro Taques, que tem defendido publicamente que os órgãos públicos como a SRTE/MT sejam assumidos por quadro de carreira e também tinha garantido que manteria no cargo um servidor de carreira.
Destaca se que juntaram se ao pedido de nomeação de cargo de carreira mais de 30 instituições que compõem o Forum de Direitos Humanos da Terra no Mato Grosso, o Ministério Público do Trabalho, A Associação de Magistrado do Trabalho, as centrais de trabalhadores, dentre várias outras que assinaram documento enviados ao Ministro e ao senador, o que legitima a indicação de um servidor de carreira.
Nos surpreende a nomeação de um cidadão que ocupava uma função no município em Cuiabá o que contraria totalmente o discurso de modernidade de gestão e em uma forma que desrespeita totalmente todos os servidores da SRTE.
Nosso repúdio vai ao encontro da nossa categoria e de todas as entidades e movimentos sociais.