quinta-feira, 21/11/2024
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Áudio revela chantagem de Romoaldo que cobra propina para aprovar contas de Silval

Um áudio de quase 1 hora, que compõe as delações premiadas da família Barbosa à Procuradoria-Geral da República (PGR), mostra o deputado estadual Romoaldo Júnior (PMDB) extorquindo o filho ex-governador Silval Barbosa (PMDB), Rodrigo Barbosa, para receber propina em troca das aprovações de contas anuais do Governo do Estado referentes ao exercício de 2014.

A gravação foi feita no dia 16 de dezembro de 2015 juntamente com seu tio, Antônio Barbosa, no estacionamento da Assembleia Legislativa, no período em que Silval ainda estava preso no Centro de Custódia da Capital (CCC).

Segundo o depoimento de Rodrigo, o deputado Romoaldo Júnior teria ligado para Antônio dizendo que ele queria conversar sobre o voto do deputado Wagner Ramos a favorável a aprovação das contas anuais ex-governador. Ramos, á época foi relator das contas.

“Ele [Wagner Ramos] quer 300 contos. Queria um [R$ 1 milhão], baixou para R$ 500 [mil], sentou com o Rodrigo que mandou R$ 250 [mil], me mandou voltar lá para pedir R$ 400 [mil]”, explica Romoaldo.

Antonio afirma que os deputados não demonstram interesse em aprovar a contas sem o pagamento de propina e Romoaldo completa: “Deixa o Silval abrir a boca lá para você vê”. Toninho em seguida diz: “Tá demorando. Já devia ter feito e soltado faz tempo”.

No depoimento, Rodrigo conta que Romoaldo mandou um assessor chamar Wagner Ramos que foi até o carro onde estavam os três. No entanto, a voz de Ramos não aparece na gravação.

“Eu se fosse vocês levava ele [Wagner] em algum lugar e dava um montante. (…) 300 contos que você pagar, você economizar R$ 15 milhões de advogado”, afirma Romoaldo Júnior.

Mesmo supostamente pagando propina ao deputado Wagner Ramos, Rodrigo e Antonio são informados que o também deputado estadual Silvano Amaral (do mesmo partido de Silval) ameaça tumultuar a votação pedindo vistas do processo.

Silvano, segundo a delação, também quer parte do suposto pagamento ilícito. Mas, Romoaldo garantiu que dentro da Assembleia estava tudo organizado para aprovar as contas do ex-governador.  

Para pressionar ainda mais o filho e irmão de Silval, Romoaldo disse que ter contas reprovadas era uma situação difícil.

 “Sei que é ter uma conta rejeitada porque fiz tudo para reverter a minha. Se o Ministério Público debruça em cima dela, não dá paz por uns 90 anos. Agora, a conta aprovada é matéria de defesa dele”, orienta Romoaldo.

Rodrigo Barbosa revelou em seu depoimento que para conseguir parecer favorável das contas no Legislativo precisou pagar R$ 250 mil a Wagner Ramos, sendo que José Domingos Fraga e Silvano receberam R$ 200 mil cada.

Antes disso, Romoaldo ainda fez um marketing com a redução no valor da suposta propina afirmado que Silval gastaria R$ 5 milhões para ter as contas aprovadas, no entanto pagaria apenas R$ 300 mil. 

E finalizou dizendo: “Hoje é um dia, daqui uns seis meses, vamos tomar pinga e dando risada (deste momento)”.

Ouça aqui:

 

 

 

 

 

 

cOM: RepórterMT

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