Em ano eleitoral, deputados federais de Mato Grosso reduzem a produtividade
na Câmara. Preocupados com suas próprias campanhas ou com o eventual apoio a
candidatos, no primeiro semestre de 2010, os parlamentares elaboraram apenas
157 projetos de leis. No mesmo período do ano passado, esse número chegou a
281. O comparativo revela uma queda na produtividade de 80%. Dos seis
deputados titulares em atuação, apenas dois demonstram assiduidade nas
ações. Carlos Abicalil (PT) e Eliene Lima (PP) mantiveram a mesma média de
trabalhos de proposições em 2008 e em 2010, anos em que ocorrem eleições. Na
‘lanterninha’ aparece Thelma de Oliveira (PSDB), em até a última sexta-feira
(16), havia apresentado apenas 66 documentos entre projetos de lei e
indicações nos quase quatro anos de mandato. Na mesma relação, em primeiro
lugar aparece Eliene Lima com 863.
Em uma análise nos dados dos mais de três anos de trabalhos parlamentar,
além da diminuição no número de projetos em ano eleitorais, há redução
também nos discursos e nas participações das sessões legislativas. Este ano,
poucos foram os deputados que utilizaram o expediente da Câmara para uso da
tribuna. Em seis meses, quatro dos seis não utilizaram nem dez vezes o
espaço para debater assuntos estaduais ou nacionais. Apenas Eliene Lima e
Carlos Bezerra (PMDB) priorizaram o discurso na Casa de Leis. Lima chegou ao
número de 60 e Bezerra a de 21. Em 2008, ambos lideraram o mesmo ranking,
sendo 169 falas por parte do progressista e 45 do peemedebista.
Em contrapartida, enquanto há queda em presença e discursos, há aumento no
número de licenças em período eleitoral. Das oito licenças já solicitadas
pela bancada de Mato Grosso desde 2007, cinco foram feitas em ano de
eleições. Em março de 2008, Thelma de Oliveira se afastou e no lugar assumiu
Nery Gueller (PP). Três meses depois foi a vez de Pedro Henry (PP), que se
licenciou dando vaga a Rogério Silva (PP). E em julho do mesmo ano, Homero
Pereira (PR) pediu licença-saúde e no lugar assumiu Eduardo Moura (PPS).
Este ano, dois estão afastados. São eles Pedro Henry e Wellington Fagundes
(PR). Nos lugares estão Chico Daltro (PP) e Ricarte de Freitas (PTB),
respectivamente.
Os dados coletados foram feitos com base na atuação de fevereiro de 2007,
quando foram empossados, até o dia 16 de julho deste ano.
