Balanço da Infraero (estatal que administra os aeroportos) mostra que 138 dos 775 vôos programados para ocorrer da 0h às 12h desta segunda-feira no país sofreram atrasos de mais de uma hora (17,8%). Parte dos problemas é reflexo da movimentação no aeroporto internacional de São Paulo, em Cumbica, Guarulhos (região metropolitana), onde a neblina voltou a suspender as operações de pouso, pela manhã, pelo terceiro dia seguido.
Informações da Infraero no aeroporto mostram que, até as 10h, 63 vôos apresentavam atrasos, e 11 deles foram alternados, ou seja, seis pousaram no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), e cinco no aeroporto Tom Jobim, no Rio. Atrasos de duas horas, em média, são registrados.
As operações de pouso ficaram suspensas das 5h25 às 7h40. Balanço divulgado por volta das 12h30 ainda mostrava atrasos em 38 vôos –11 chegadas e 27 partidas.
Os problemas em Guarulhos são reflexos de uma falha no equipamento chamado ILS, que auxilia pousos e decolagens em ocasiões de baixa visibilidade inoperante. Com o aparelho inoperante, as operações em ocasiões de nevoeiro ficam interrompidas.
Atrasos
Os atrasos em Guarulhos causam reflexos em outros aeroportos do país.
O balanço da Infraero mostra as condições nos aeroportos de Brasília e de Congonhas (zona sul de São Paulo). Em Brasília, a espera atingiu 10 dos 57 vôos (17,5%), da 0h às 12h. Em Congonhas, 13 dos 119 vôos programados atrasaram (10,9%).
No domingo (25), durante todo o dia, a espera afetou 198 dos 1.620 vôos programados no país (12,2%), índice considerado normal.
Na semana passada, o mau tempo em São Paulo –que fechou Congonhas no dia 19– e até um cachorro na pista do aeroporto desencadearam um novo apagão aéreo, que afetou outros aeroportos no país. A segunda-feira (19) foi o dia mais difícil para os passageiros. Na ocasião, 29% dos vôos atrasaram, ao longo do dia.
Raio
O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, afirma que o equipamento foi danificado por um raio há cerca de duas semanas, mas consertado em seguida. No entanto, não foi liberado. “Eles só não estavam operando porque o avião laboratório da FAB [Força Aérea Brasileira] não pôde ser usado para testá-los”, disse.
“O avião da FAB que teve problemas durante o teste, e o equipamento não pode operar sem que ele seja avaliado”, afirmou Pereira.
No fim de semana, o ministro da Defesa, Waldir Pires, determinou à Infraero a abertura de uma sindicância para apurar a demora no conserto e na liberação do equipamento. Pires quer investigar e punir com a demissão os responsáveis pelos atrasos.
Segundo o presidente da Infraero, um relatório preliminar com informações sobre os atrasos em Guarulhos deve ser enviado nesta segunda ao ministro da Defesa. Uma sindicância foi aberta, e o relatório final deve ser entregue em três dias.
FOL