O Observatório Sírio de Direitos Humanos, com sede em Londres, denunciou nesta quarta-feira que pelo menos 100 pessoas, entre elas menores, morreram em um suposto ataque químico em várias regiões da periferia de Damasco, uma acusação que, poucas horas depois, o regime de Bashar al-Assad fez questão de negar.
O principal grupo de oposição, no entanto, afirma que o número de mortos é bem maior."Mais de 650 mortes confirmadas em um ataque com armas químicas na Síria", afirma a Coalizão Nacional em sua conta no Twitter.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos, que conta com uma ampla rede de ativistas no país em conflito, assinalou que o Exército sírio lançou na última madrugada gases tóxicos nas regiões de Al Guta e Muadamiya al Sham, uma operação que causou dezenas de mortos e deixou centenas de feridos.
Algumas organizações opositoras, como os Comitês Populares de Coordenação (LCC), afirmam que os ataques deixaram "centenas de mártires, além de centenas de feridos, essencialmente civis, incluindo dezenas de mulheres e crianças, mortos pelo uso de gases tóxicos por parte do regime criminoso contra as localidades da Guta Oriental".
Também acusam o regime de ter cometido um "crime indescritível com armas químicas".
A comissão geral de revolução síria divulgouvídeos no YouTube que mostram, segundo a organização, um "massacre cometido pelas forças do regime com gases tóxicos, provocando várias dezenas de mártires e de feridos".
O Observatório acrescentou que Al Guta também foi bombardeada por aviões militares, sendo que estes teriam sido os ataques aéreos mais intensos na região desde o início do conflito em março de 2011.
O grupo pediu à missão da ONU que investiga o suposto uso de armas químicas em território sírio visitar os distritos de Damasco, principalmente os citados. Após vários adiamentos, a equipe internacional de analistas chegou ao país no último dia 18.
A Coalizão Nacional Síria (CNFROS), a principal aliança opositora, denunciou que o regime restringe os movimentos da missão da ONU, o que poderá afetar o resultado do estudo em questão.
Por outro lado, o governo sírio negou o ataque citado, enquanto a agência de notícias oficial síria Sana, que cita uma "fonte de informação", qualificou essa notícia como "falsa" e "sem fundamento".
A fonte ainda destacou que os dados divulgados em canais de televisão como "Al Jazeera, Al Arabiya e Sky News, entre outras emissoras, apoiam o terrorismo e, neste caso, o objetivo é distrair a missão da ONU e seus trabalhos.
Com informações das agências AFP e EFE