Pelo menos cinco pessoas morreram nesta quarta-feira, 12, entre eles o chefe de operações do Exército, François al-Hajj, e diversos guarda-costas, na explosão de uma bomba no leste de Beirute, segundo um comunicado do Exército. Haaj era o alvo do ataque, que possivelmente tinha a intenção de eliminar assim um importante candidato ao posto de chefe do Exército caso o general Michel Suleiman torne-se presidente.
O ataque piorou ainda mais as tensões no país, onde líderes rivais estão envolvidos em uma disputa sobre a Presidência, o que levou à pior crise política no Líbano desde a guerra civil de 1975-1990.
Hajj é a nona vítima fatal de uma série de assassinatos que começou em 2005 com a morte do ex-premiê Rafik al-Hariri. O militar era visto com um dos principais candidatos ao posto de chefe do Exército, algo tradicionalmente destinado a um cristão maronita. O posto ficará vago se Suleiman conseguir se eleger presidente durante uma longamente adiada votação, marcada agora para segunda-feira.
A rede de televisão LBC informou que dois oficiais do Exército que viajavam com Hajj também morreram na explosão, que destruiu completamente o veículo do general. Ainda não se sabe se a bomba havia sido colocada no carro ou foi ativada por controle remoto.
O cadáver de Hajj foi achado a 150 metros do lugar da explosão, em um buraco no chão causado por uma bomba israelense lançada durante o conflito de 2006, segundo a LBC.
Uma moradora do bairro, Ramona Yazbeck, disse à agência Efe que a explosão foi “terrível”. “Eu estava acabando de tomar meu café para ir trabalhar quando de repente todos os vidros da minha casa se quebraram”, contou.
“Meu filho tinha acabado de sair para a escola. Mas graças a Deus não aconteceu nada com ele. Foi algo incrível, como um filme”, acrescentou. Fontes da embaixada de Cuba, próxima ao local da explosão, disseram que ouviram a explosão, mas seu edifício não foi danificado.
Várias colunas de fumaça eram vistas no ponto onde ocorreu a explosão, segundo as imagens divulgadas pela emissora. Soldados dos bombeiros e do Exército se dirigiram ao local.
Um ex-comandante do Exército, citado pela LBC, definiu Hajj como um dos oficiais mais importantes das Forças Armadas. Ele desempenhou um papel essencial no desdobramento das tropas libanesas no sul do país, após o conflito de 2006 entre Israel e Hezbollah.