Este é um dos movimentos mais intensos de Israel contra os terroristas durante a guerra no Oriente Médio; o governo brasileiro diz, em nota, que acompanha com ‘forte preocupação’ a escalada de tensões na região
Duas lideranças do Hezbollah também estão entre os mortos. Este é um dos movimentos mais intensos de Israel contra os terroristas durante a guerra no Oriente Médio que está prestes a completar um ano. Também foi o maior ataque contra a capital do Líbano desde a última guerra entre Tel-Aviv e o Hezbollah, em 2006.
O ataque ao prédio na sexta-feira (20) matou 16 militantes do Hezbollah, incluindo dois oficiais da Força de elite Radwan. Entre eles estão Ibrahim Aqil, chefe das operações militares do Hezbollah e Ahmed Wahbi, chefe da unidade de treinamento da milícia xiita radical libanesa.
A Defesa de Israel alega ter descoberto planos de um ataque com foguetes que estaria sendo organizado pelo Hezbollah. E o alerta sobre um possível novo ataque foi feito à população neste sábado, quando o governo ampliou para regiões mais ao sul diretrizes de emergência.
O governo israelense também fechou neste sábado (21) o espaço aéreo no norte do país para voos privados. As restrições não se aplicam para voos comerciais, segundo o Exército de Israel. O Hezbollah lançou cerca de 100 foguetes contra o norte de Israel neste sábado, segundo o Exército israelense.
A polícia de Israel afirmou que os bombardeios causaram danos e iniciaram incêndios, mas ninguém ficou ferido. As Forças de Defesa de Israel (FDI) também apontaram que caças israelenses atingiram cerca de 180 alvos do Hezbollah no sul do Líbano nas últimas horas, destruindo milhares de lançadores de foguetes.
Durante toda a semana, houve uma escalada de tensão na região. Desde o ano passado, o Hezbollah tem disparado foguetes na direção do norte de Israel, em apoio ao Hamas. Nenhum dos lados, no entanto, havia partido para um enfrentamento total.
A troca de ataques ficou mais intensas após a explosão de pagers e walkie-talkies de terroristas do Hezbollah ao redor do Líbano na terça-feira (17), e na quarta-feira (18), em uma ação atribuída a Israel. Em um pronunciamento na quinta-feira (19), o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, afirmou que o grupo irá retaliar contra Israel e não irá parar com os bombardeios no norte do país vizinho.
“O inimigo cruzou todas as fronteiras e linhas vermelhas e enfrentará uma punição severa e justa.” Assim, novas trocas de ataques são esperadas para este domingo.
Pressão
Cresce a pressão sobre o primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu. De acordo com a emissora americana CNN, manifestantes em Tel-Aviv pedem a renúncia do primeiro ministro e sua substituição por alguém capaz de concretizar um acordo de libertação dos reféns do grupo terrorista Hamas. Há manifestações também em outras cidades de Israel.
No campo internacional, o primeiro-ministro interino do Líbano, Najib Mikati, anunciou que não irá participar da Assembleia Geral da ONU, que reúne os líderes internacionais na terça-feira, e cancelou a viagem programada para Nova York.
Itamaraty
O governo do Brasil condenou o bombardeio israelense em Beirute. Em nota, o governo diz que acompanha com “forte preocupação” a escalada de tensões no Oriente Médio. “O Brasil exorta as partes envolvidas ao exercício de máxima contenção e à imediata interrupção dos ataques, que ameaçam conduzir a região a conflito de ampla proporção”, diz o comunicado.
O governo também reafirmou a defesa de um cessar-fogo na guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, na Faixa de Gaza. A chancelaria brasileira disse estar em contato com os brasileiros que estão no Líbano via embaixada do Brasil em Beirute.
*Com informações do Estadão Conteúdo