Ataques separados de extremistas islâmicos contra políticos locais deixaram nesta terça-feira 22 mortos no centro do Paquistão e 13 mortos em Cabul e no sudeste do Afeganistão.
O ataque na capital do Afeganistão ocorreu pela manhã, em frente ao hotel Heetal, próximo de alguns escritórios governamentais, segundo a versão da polícia, que atribuiu o ataque a um terrorista suicida que se aproximou do estabelecimento em um veículo.
O atentado foi reivindicado pelo Taleban, cujo porta-voz, Zabiullah Mujahid, disse que o suicida tinha como alvo o hotel – propriedade de um filho do ex-presidente Burhanuddin Rabbani – e a residência do ex-vice-presidente Ahmad Zai Massoud, próxima ao local.
O canal televisivo afegão “Tolo” mostrou imagens de um automóvel pegando fogo no ponto do atentado após a explosão, que causou uma fumaça visível desde vários pontos da cidade e destruiu janelas nos edifícios próximos.
O local é o bairro de Wazir Akbar Khan, sede de edifícios governamentais e dezenas de embaixadas. Por isso é uma zona muito frequentada pela maioria dos estrangeiros que vivem e trabalham na capital afegã.
A explosão ocorreu logo antes do início de uma conferência na cidade contra a corrupção, da qual era prevista a participação de políticos afegãos, embaixadores estrangeiros e do presidente afegão, Hamid Karzai.
Além disso, outro ataque suicida deixou nesta terça-feira cinco mortos – quatro afegãos e um nepalês – na sede de um escritório da equipe de Reconstrução Militar da província de Paktya, no sudeste do Afeganistão.
Taleban paquistanês
No Paquistão, a explosão de um carro-bomba no mercado de Dera Ghazi Jan, no centro do Paquistão, deixou 22 mortos e 50 feridos, informaram autoridades locais.
A explosão destruiu várias lojas e há muitas pessoas ainda presas sobre os escombros. As autoridades declararam estado de emergência no local.
Segundo o delegado de polícia local, Hassan Iqbal Malik, o alvo do ataque era o conselheiro do chefe do governo provincial, Zulfiqar Khosa. O conselheiro, que é um importante membro da Liga Muçulmana do Paquistão-Nawaz (PML-N), que governa a província do Punjab, saiu ileso por não estar em sua casa no momento do ataque.
Apesar de nenhum grupo ainda ter reivindicado a autoria do ataque, suspeita-se que o responsável seja o Taleban no Paquistão, cujas ações já deixaram mais de 2.700 mortos no país desde 2007.