Um novo ataque da milícia islâmica Al Shabab deixou ao menos 36 mortos em uma pedreira em Korome, perto da cidade de Mandera, no nordeste do Quênia. Trabalhadores muçulmanos foram separados e apenas os cristãos foram mortos, segundo relatos de testemunhas.
“A milícia separou os muçulmanos, em seguida ordenou os não-muçulmanos a deitarem no chão e atiraram contra eles, na cabeça, de perto”, disse Hassan Duba, morador da região.
Aproximadamente vinte homens teriam participado do ataque, perpetrado nas primeiras horas desta terça-feira, quando os trabalhadores estavam dormindo em um acampamento. Há relatos de que as barracas dos trabalhadores foram incendiadas e de que ao menos duas vítimas foram decapitadas.
Pouco antes do massacre na pedreira, um ataque em um bar popular entre não-muçulmanos na cidade de Wajir deixou ao menos um morto e doze feridos na noite de ontem. Os terroristas abriram fogo e lançaram granadas contra as pessoas que estavam no local.
Na última semana, o grupo somaliano que declarou fidelidade à Al Qaeda em 2012 já havia matado 28 pessoas em um ônibus na mesma região. O ataque seguiu o mesmo roteiro, com os muçulmanos sendo poupados da morte.
O Al Shabab (“A Juventude”, em árabe), surgiu em 2006 como um braço armado dos tribunais da sharia, a lei islâmica, na Somália, então assolada por uma guerra civil. E tem como bandeira livrar a África de qualquer influência ocidental.
O grupo intensificou seus ataques no Quênia a partir de 2011, quando tropas do país cruzaram a fronteira para ajudar no combate à milícia. Em setembro do ano passado, membros do Al Shabab, armados com granadas e fuzis, invadiram o shopping Westgate em Nairóbi, deixando dezenas de mortos.
O ataque ao ônibus provocou protestos na capital Nairóbi e cobranças por ações do governo para garantir a segurança da população. Os críticos afirmam que o presidente Uhuru Kenyatta não tomou medidas eficientes para controlar a situação no país. Depois do ataque contra o ônibus na última semana, as autoridades disseram que ao menos 100 milicianos foram mortos – o Al Shabab negou a informação.
(Com agência Reuters)