A Assembleia Geral da ONU aprovou nesta terça-feira, por unanimidade, com os respaldos de Brasil e Estados Unidos, uma resolução que condena o golpe de Estado em Honduras e pede a restituição imediata e incondicional do presidente Manuel Zelaya, deposto no domingo pelas Forças Armadas.
Diversas autoridades do continente americano participam nesta terça-feira, em Nova York, de uma reunião extraordinária convocada pelo presidente da Assembleia Geral da ONU, Miguel D”Escoto. O próprio Zelaya foi convidado a discursar no local.
Zelaya exporá perante os 192 países-membros do organismo a situação em que se encontra seu país após o golpe militar que o afastou do poder no domingo, ação que foi condenada de maneira generalizada pela comunidade internacional.
Apoio da ONU
O documento aprovado “condena o golpe de Estado em Honduras, que rompeu com a ordem democrática constitucional no país, e pede a imediata e incondicional restauração do governo legítimo do presidente Zelaya”, disse Jorge Reina, embaixador permanente de Honduras ante a ONU.
Reina pediu a todos os países que não reconheçam “nenhum outro governo que não seja o do presidente Zelaya”.
Golpe de Estado
O mandatário hondurenho foi preso na madrugada do último domingo por oficiais militares e levado à força para a Costa Rica.
De lá, ainda no domingo, um avião cedido pela Venezuela o levou até a Nicarágua, onde ontem ocorreram encontros de diferentes blocos de integração e consulta latino-americanos, como a Aliança Bolivariana para as Américas (Alba), o Sistema de Integração Centro-Americano (Sica) e o Grupo do Rio.
Zelaya recebeu o apoio de vários governos e entidades multilaterais, entre elas a ONU e a Organização dos Estados Americanos (OEA). Os países da Alba decidiram retirar seus embaixadores em Honduras até que a ordem democrática seja restabelecida.
Ontem, o presidente anunciou que voltará a seu país na quinta-feira. “Gostem ou não os golpistas, voltarei na quinta-feira”, disse, ainda na Nicarágua. Algumas autoridades deverão acompanhá-lo, como o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, e a presidente da Argentina, Cristina Kirchner.
Após a destituição de Zelaya, o Congresso de Honduras nomeou para substituí-lo o então presidente da casa, Roberto Micheletti. A crise política tem como motivo uma consulta que ocorreria no domingo e que poderia dar início a um processo de reforma constitucional.
U.Seg