A situação calamitosa que se estabeleceu na Saúde Pública de Mato Grosso, mas especialmente em Cuiabá, que vive com uma greve de médicos e o impasse nas negociações com a Prefeitura Municipal, será alvo de debate na Assembléia Legislativa.
Na sessão vespertina desta terça-feira, dia 22, o deputado Percival Muniz (PPS) propôs a realização de uma Audiência Pública para discutir o problema. A proposta foi aprovada e o evento será realizado na tarde de quinta-feira, no plenário, às 14 horas.
O secretário de Saúde do Estado, Augustinho Moro, será convidado, bem como os secretários municipais de Saúde. Além deles, sindicatos, associação de moradores, Ministério Público entre outros também serão chamados para participar do debate.
Da Tribuna, o deputado Percival Muniz chamou a atenção para o fato da população, que precisa de atendimento no sistema de saúde pública, está “morrendo à míngua”.
Ele defendeu que, no caso de Cuiabá, administração municipal encare o problema de frente, pois a situação da Saúde, exposta a ele por um grupo de médicos recentemente, já pode ser considerada de calamidade.
Já para o governo do estado, Percival colocou que Assembléia Legislativa cobre do governo ações de curto, médio e longo prazo a serem implementadas para melhorar o atendimento à população.
Salários – Muniz destacou que os salários dos médicos em Cuiabá é vergonhoso, e que ao se aposentarem terão um rendimento mensal pífio já que hoje recebem apenas R$ 600. Os ganhos dos médicos de Cuiabá são complementados com um prêmio de produtividade, o Prêmio Saúde Cuiabá, o vulgo mensalinho, que é proveniente dos recursos repassados pelo governo do Estado.
“O vulgo mensalinho não faz parte do salário, portanto o dia em que o profissional de saúde se aposentar ou não puder trabalhar por doença ou outro motivo justificável, ele perde esta gratificação. Um absurdo um médico ganhar isso. Tanto que os médicos não querem mais reajuste salarial, eles vão é se demitir, ou seja, o que já está ruim vai ficar pior. Enquanto isso, o secretário municipal de Saúde se recusa, inclusive a receber o povo e a categoria. Quer dizer, a calamidade se instalou geral”, enfatizou.