O governo poderá instalar em todos os semáforos de Mato Grosso dispositivos sonoros para orientar as pessoas com deficiência visual sobre o sistema de travessias de pedestres.
A possibilidade consta em um projeto de lei de autoria do deputado Walter Rabello (PP), apresentado durante a semana, na Assembléia Legislativa.
De acordo com a proposta, os semáforos emitirão um sinal sonoro, indicando o momento de travessia e outro sinal diferenciado, de espera, em ambos os lados, permitindo que a pessoa com deficiência visual possa acompanhar as etapas e cruzar as avenidas e ruas com segurança.
A implantação do sistema será precedida de campanha informativa e educativa pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) destinada à população em geral e aos condutores de veículos em particular.
A implantação dos dispositivos sonoros poderá ser gradativa, primeiro às grandes vias públicas e os centros das cidades e, em um segundo momento, as vias locais dos bairros.
Segundo o deputado, o projeto deve estabelecer maior segurança ao portador de necessidade especial visual, evitando assim diversos acidentes de trânsito no estado de Mato Grosso, principalmente nas grandes cidades. “O que estamos legislando não se refere a um favor aos deficientes visuais e sim a uma obrigação nossa, dando igualdade de condições aos deficientes visuais como está na Constituição Federal, que todos são iguais perante a lei em direitos e deveres”, disse o parlamentar.
Walter disse que o projeto teve como base as declarações seguidas de reivindicações de um portador de deficiência visual que o procurou para reclamar do atual sistema de sinalização utilizadas no dia-dia das cidades. “Um deficiente me disse “por diversas vezes, na calçada, qualquer um me avisa quando quer, e oferece ajuda. Do carro parado no sinal, já algumas vezes o motorista grita: está fechado, pode passar”, relatou o deputado.
O parlamentar admite que a solidariedade pode suprir, muitas vezes, a ausência de sinalização sonora. No entanto, ele afirma que o deficiente visual não está em busca de solidariedade e sim em igualdade de direitos. “Os cegos agradecem, mas não é de favor que precisam”, disse.
Segundo o parlamentar, dentro da luta por acessibilidade e inclusão social os portadores de necessidade especial auditiva reivindicam o direito de se locomoverem na cidade e em meio ao trânsito com independência, como qualquer outro cidadão circula na cidade, sem limitações. “No caso do trânsito, um acessório que emita som assim que houver a mudança do sinal, basta.
Hoje sem a sinalização o cego se vê “perdido” nas ruas, além de estar em iminente perigo ao fazer a travessia dos logradouros sem qualquer tipo de ajuda sonora, por exemplo”, resumiu.
