Mesmo com a criação do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), o estudo aponta que a medida não foi suficiente para reverter a violência contra as comunidades indígenas.
O relatório “Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil”, divulgado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) nesta segunda-feira (22), trouxe dados alarmantes sobre o aumento de assassinatos de indígenas no país. No primeiro ano do governo Lula (PT), foram registrados 208 casos, um aumento de 15,5% em relação aos 180 contabilizados em 2022.
Mesmo com a criação do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), o estudo aponta que a medida não foi suficiente para reverter a violência contra as comunidades indígenas. Entre os estados mais afetados estão Roraima, Mato Grosso do Sul e Amazonas, sendo que a terra Yanomami, frequentemente alvo de garimpeiros ilegais, se encontra nos dois últimos estados mencionados.
O relatório também ressaltou a permanência de problemas graves, como a subnotificação de homicídios e tentativas de assassinato, além de destacar casos específicos, como os assassinatos dos jovens Pataxó Samuel Cristiano do Amor Divino e Nauí Pataxó, no sul da Bahia, no início de 2023.
Luis Ventura Fernández, secretário executivo do Cimi, descreveu 2023 como um ano de inércia e cumplicidade do estado. Ele criticou a lenta demarcação de territórios indígenas, com apenas oito áreas homologadas durante o ano, número considerado insuficiente para atender às necessidades e expectativas das comunidades indígenas.