Dezenas de milhares de pessoas no continente asiático assistiram, nas primeiras horas desta quarta-feira (horário local), ao mais longo eclipse solar total do século, que deixou algumas regiões às escuras durante até seis minutos.
O fenômeno pôde ser assistido primeiramente no leste da Índia, por volta de 21h (horário de Brasília), embora o tempo nublado tenha dificultado a observação em algumas regiões.
O eclipse total do sol, que ocorre quando a Lua se alinha ao astro, impedindo que sua luz chegue a algumas partes da Terra, também foi observado no Nepal, Mianmar, Bangladesh, Butão, China e na região do Pacífico.
O último local a observar o eclipse total foi a ilha de Nikumaroro, que fica no arquipélago de Kiribati, no Oceano Pacífico, por volta de 1h18, horário de Brasília. Em outras regiões do continente asiático foi observado apenas um eclipse parcial do sol.
Boa e má sorte
Na Índia, milhões de pessoas se reuniram ao ar livre para assistir ao fenômeno, embora, em algumas cidades, nuvens tenham dificultado uma observação mais detalhada.
Alguns indianos e nepaleses preferiram assistir ao fenômeno mergulhados em águas de rios e lagos, já que existe a crença de que isto pode trazer boa sorte.
Para outros, no entanto, o eclipse solar pode ser um sinal de mau agouro. Segundo a correspondente da BBC em Katmandu, Joanna Jolly, as autoridades do Nepal ordenaram que todas as escolas permanecessem fechadas para evitar que as crianças ficassem expostas aos “efeitos negativos” do fenômeno.
Em Nova Déli, algumas pessoas não tomaram café da manhã devido à crença hinduísta de que preparar comida durante o eclipse pode trazer má sorte.
Mulheres grávidas também foram aconselhadas a ficarem em locais fechados, pois antigos costumes afirmam que o fenômeno pode causar males aos fetos.
Na China, onde antigas crenças também afirmam que o fenômeno causa má sorte, as autoridades precisaram garantir à população que os serviços públicos funcionariam normalmente.
Fenômeno
O último eclipse total do sol ocorreu em agosto de 2008 e durou no máximo dois minutos e 27 segundos.
Já o eclipse desta quarta-feira deixou algumas regiões às escuras por até seis minutos e 39 segundos. Um eclipse tão longo só poderá ser observado novamente em 2132.
Cientistas esperam que a observação do eclipse ajude a entender melhor as explosões solares e outros fenômenos ligados à estrutura do sol.
O próximo eclipse total do sol acontece em 11 de julho do ano que vem e poderá ser observado em uma pequena faixa do hemisfério sul entre a Argentina e o Oceano Pacífico.