Um grupo de seis artistas realizou na tarde de segunda-feira (8), em frente à Justiça Federal do Paraná (JFPR), em Curitiba, um ato em favor do juiz Sérgio Moro, responsável por julgar as ações penais da Operação Lava Jato em primeira instância. Participaram da atividade os atores Victor Fasano, Susana Vieira, Luana Piovani, Lucinha Lins e Jorge Pontual, além do cantor Fagner. Eles almoçaram com o magistrado e, por volta de 14h20, chegaram à sede da JFPR, onde foram recebidos por centenas de manifestantes, vestidos de verde e amarelo.
Susana contou que a comitiva trouxe para Moro e para o coordenador da força-tarefa, o procurador Deltan Dallagnol, uma pen drive contendo depoimentos de mais de 80 colegas em apoio às investigações relativas aos desvios na Petrobras. "Eu acho que as pessoas do Norte e do Nordeste não têm conhecimento do que está sendo feito aqui. Eu hoje perguntei para um menino de oito anos se ele sabia o que era Lava Jato e ele falou que não. Se ele sabia quem era o Moro? Não. Então, tem que espalhar isso para o Brasil. Eu estou rezando dia e noite para proteger toda a promotoria daqui", afirmou.
Artistas fazem ato no PR contra corrupção e em apoio a Moro
A atriz arrancou risos ao dizer que pensava que as placas com a frase "tchau, querida", em referência ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), eram para ela. "Acho que finalmente a gente se cansou deste lugar inerte de apenas lamentar as bandalheiras que fazem com o dinheiro recolhido do nosso bolso", completou Luana, reforçando ainda que não se trata de um movimento partidário, e sim geral, de quem tem "consciência cidadã".
Os artistas também protestaram contra o projeto de lei do Senado 280/2016, de autoria de Renan Calheiros (PMDB-AL) e que trata dos chamados crimes de abuso de autoridade. O texto penaliza quem ordenar ou executar "captura, detenção ou prisão fora das hipóteses legais". Moro tem feito críticas públicas à matéria, por considerar a redação atual vaga e abrangente. Durante premiação da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo no Paraná (Fecomércio-PR), no final de julho, na capital paranaense, ele disse que a iniciativa “representa um verdadeiro perigo à independência judicial”. “Se aprovada nesses termos, poderá servir para intimidação dos magistrados de todas as instâncias”, discursou, na ocasião.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar), Fábio Aguayo, que é um dos organizadores, o ato de hoje foi o primeiro da área de eventos do “Comitê Popular de Apoio as 10 Medidas Contra a Corrupção e à Operação Lava Jato”, criado oficialmente na última quarta-feira (3) e composto, além da Abrabar, pelo Sindicato das Empresas Promotoras de Eventos (Sindiprom) e por uma série de entidades dos setores de gastronomia e hospedagem, ligadas à Confederação Nacional do Turismo (CNTUR).
Mariana Franco Ramos Tterra