presidenta Cristina Kircher anunciou na noite desta terça-feira que a Argentina vai denunciar o Reino Unido à Organização das Nações Unidas (ONU) pela militarização no Atlântico Sul.
Em discurso na Casa Rosada, a líder ordenou a publicação do Informe Rattenbach, documento resultante do trabalho de uma comissão para analisar e avaliar o desempenho das Forças Armadas do país na Guerra das Malvinas.
Cristina intruiu seu chanceler Héctor Timerman para denunciar a militarização da área ao Conselho de Segurança da ONU.
Governadores, legisladores, funcionários, veterano das Guerras das Malvinas, e militantes pró-Kirchner se reuniram para ouvir o anúncio da presidenta. Entre os presentes, se destacou a embaixadora argentina no Reino Unido, Alicia Castro.
A líder legitimou que se torne público o Informe Rattenbach, documento produzido por um conselho durante o governo de Reynaldo Bignone (1982-1983). Além disso, ela criou uma comissão, formada por funcionários públicos e pelo coronel Benjamín Rattenbach, filho do general que redigiu o informe, para analisar o conteúdo do relatório.
"Malvinas deixou de ser uma causa dos argentinos para transformar uma causa global", disse a presidenta.
Nas últimas semanas, às vésperas do 30º aniversário da guerra, em 2 de abril, travada entre o Reino Unido e a Argentina pelas Malvinas, Londres e Buenos Aires aumentaram a disputa pela soberania das ilhas, com 2.913 habitantes, onde desde quinta-feira está o príncipe William.
O Reino Unido anunciou na semana passada que vai enviar em breve às Malvinas um de seus navios de guerra mais modernos, o destróier HMS Dauntless, apesar de informar que a operação havia sido planejada há muito tempo.
Diplomatas britânicos consideram que a Argentina tenta organizar um bloqueio econômico às Malvinas e impedir a saída do único voo da LAN Chile que liga as ilhas ao continente americano, afirmou na semana passada o jornal The Guardian.