Comissão de Política Agrícola da entidade levou preocupação dos produtores em relação ao clima, quebra de safra e cenário de mercado
Fonte: Aprosoja-MT
A Comissão de Política Agrícola da Aprosoja-MT realizou diversas reuniões com instituições financeiras para conversar sobre os impactos do clima, mercado e custos da safra 2023/24, levando a preocupação dos produtores rurais com relação ao cumprimento de suas obrigações. As reuniões foram realizadas em fevereiro de 2024.
O presidente da entidade, Lucas Costa Beber, destaca que o objetivo das reuniões foi de entender como as instituições financeiras estão avaliando a situação posta. Além disso, Lucas orienta que todas as tratativas com as instituições ou fornecedores sejam feitas por escrito, para que se tenha um registro da negociação.
“É preciso que tudo fique registrado, o produtor informando quem vai ter a dificuldade de cumprir os seus contratos, que não vai atingir a média que esperava para fazer o pagamento desses insumos que ele adquiriu, ou seja, custo alto, produção baixa, conta não fecha para muitos produtores no estado”, afirma Lucas.
De acordo com a gerente de Política Agrícola, Rosicler Saporski, representantes do Banco Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú BBA, Banco do Brasil, Sicredi e Sicoob Credisul informaram que estão acompanhando o cenário atual e que estão abertos para dialogar com os produtores, analisando cada caso de forma individual para se encontrar soluções viáveis dentro da realidade de cada um.
“Notamos um ponto de preocupação comum entre os agentes financeiros, que é de o produtor buscar antecipadamente a instituição, não deixando para última hora, tanto a comunicação formal da ocorrência, quanto a necessidade de negociação”, afirmou Rosicler.
Ainda segundo Rosicler, outro ponto destacado foi a importância de se buscar uma negociação com credores antes de uma eventual judicialização da questão, já que é decisão que demanda avaliação extremamente criteriosa da situação atual e futura de cada produtor.
Para o diretor-administrativo e coordenador da Comissão de Política Agrícola, Diego Bertuol, é importante que o produtor demonstre intenção de fazer uma negociação de mútua cooperação. “Negociem demonstrando sempre boa-vontade para solução contratual e prezando pela manutenção da confiança na relação comercial com parceiros e fornecedores e, se antecipando nas negociações”, destaca.
As reuniões com instituições financeiras fazem parte do trabalho que a Aprosoja-MT vem realizando com os setores públicos e privados, a fim de mitigar os desafios dos produtores ante os impactos do clima, mercado e custos elevados de produção.
Em caso de dificuldade para entrega do produto/quitação de dívida, a Aprosoja orienta:
• Comunique o credor acerca do fato já no início do evento adverso e durante todo o período de sua ocorrência. Não deixe para tomar providências de última hora;
• Faça toda e qualquer comunicação ao credor formalmente (por e-mail, carta registrada com aviso de recebimento, entre outros). É indispensável a confirmação da ciência do fato pelo credor;
• Se houver necessidade de negociar questões contratuais ou redefinir o cronograma de pagamento busque o acompanhamento de um profissional especializado, de sua confiança. Cada negociação possui suas particularidades e devem ser avaliadas individualmente;
• Durante esse processo de diálogo com credores e adquirentes dê transparência a laudos agronômicos; ata notarial; relatórios fotográficos; eventual decreto municipal de emergência; outros documentos ou registros que esclareçam ou ilustrem o evento. Não se limite a fotos. Tenha em mãos documentos capazes de demonstrar a dificuldade enfrentada.
Da redação do AntNotícias com apoio da Aprosoja-MT