O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, declarou na noite desta terça-feira à TV que seu casamento com Veronica Lario, 53, que o criticou duramente através da imprensa, está “acabado, ou a ponto de acabar”. As declarações foram feitas no mesmo dia em que os bispos italianos o criticaram pelo episódio e lhe pediram “sobriedade”.
“Fico triste com o fato de uma história que acabou ou está a ponto de acabar estar exposta desta forma na imprensa, quando deveria ser mantida no âmbito privado”, disse Berlusconi em entrevista concedida ao canal Rai Uno.
O premiê, que tem 72 anos, disse que foi à festa de aniversário de 18 anos de Noemi Letizia, com que sua mulher insinua que ele estaria tendo um caso, chamado pelo pai da jovem, que desejava conversar, e aproveitou o fato de estar em Nápoles, onde acontecia a festa. “Eu cheguei com oito carros, entre polícia e escolta, e, ao entrar, começaram a me aplaudir. Frente a todas as pessoas, não pude fazer campanha eleitoral, e então comecei a tirar fotos com quem estava lá, desde os parentes até os donos do restaurante”, afirmou.
Alguns veículos de comunicação afirmam que, nesta festa, o premiê teria dado de presente à jovem, que, segundo fontes, chamava Berlusconi de “papi” –diminutivo de “pai– um colar com um brilhante, e ela entregou ao primeiro-ministro seu book.
“Sinceramente, não esperava essa tempestade”, acrescentou, lembrando que a imprensa “já publicou informações falsas no passado”. O dirigente italiano denunciou “ataques pessoais baseados em calúnias”.
Berlusconi pediu novamente a sua esposa que “assuma o erro” que cometeu ao acusá-lo de frequentar menores de idade, o que qualificou de “mentira”. “Desejo o melhor para minha mulher, e não quero dizer mais nada a respeito das minhas relações com ela”, afirmou o premiê.
Críticas da igreja
Nesta terça-feira, o “Avvenire”, jornal da conferência dos bispos da Itália, publicou um duro editorial de primeira página criticando tanto Lario quanto Berlusconi por lavarem ventilar a sua roupa suja em público, exigindo alguma “sobriedade”, principalmente do primeiro-ministro.
“Sabemos que um homem de governo vai ser julgado por aquilo que ele faz”, diz o texto. “Mas os feitos humanos de um líder, o seu estilo e os valores que preenchem a sua vida, não são indiferentes. Por esta razão, continuamos a pedir por um premiê que, com sobriedade, saiba como ser o espelho das melhores partes da alma do país.”
Berlusconi minimizou a crítica, negando que esteja perdendo o apoio dos católicos, como resultado do episódio.
“Assim que a realidade seja esclarecida, vai haver uma […] melhora nas relações com o Vaticano, que nunca teve relações tão boas com um governo italiano”, disse o primeiro-ministro.
Com France Presse e Associated Press
