Depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizar que não deve promover a reforma da Previdência em 2007, o vice-presidente José Alencar defendeu mudanças no atual sistema previdenciário do país.
Alencar, que ocupa interinamente a presidência, já que Lula está na Nigéria, disse que técnicos do governo devem se debruçar sobre o tema para encaminhar ao Congresso Nacional propostas de mudanças, seja no formato da reforma ou de emenda à Constituição.
“É claro que tem que ver o que a reforma significa, porque há muita coisa que onerou a Previdência e não pertence à Previdência. Temos que retirar os ônus que não lhe pertencem, sem prejuízo para aqueles que contribuíram por uma vida e são velhinhos e aposentados. Esses nós temos que preservar”, defendeu Alencar.
O presidente em exercício disse ser favorável à desvinculação dos benefícios previdenciários do salário mínimo. Mas defendeu que o sistema previdenciário não desrespeite “a questão atuarial”, cálculos que levem em consideração a expectativa de vida dos contribuintes.
Em discurso na CNI (Confederação Nacional da Indústria), o presidente Lula disse que a Previdência Social não pode carregar a culpa pelos problemas do país. “A moda agora é jogar a culpa na Previdência Social. Se levar em conta apenas os benefícios que são pagos e as contribuições não seria motivo de discurso de nenhum de nós”, disse.
Durante encontro com membros do PDT, Lula disse que o problema previdenciário, no momento, é mais de “gestão”. O presidente colocou para escanteio a fixação de uma idade mínima para a aposentadoria e a desvinculação do salário mínimo dos benefícios.
Redação/Folha Online