“Não é só uma questão de dinheiro. É muito uma questão de querer trabalhar todo mundo do mesmo lado. É uma coisa muito difícil de fazer neste ano, que é um ano eleitoral. Um ano em que a temperatura canteia por todo o Brasil, onde se incendeiam as imaginações”, disse Bastos a jornalistas na sede da Polícia Federal em São Paulo.
“Mas o fato é que nós, que somos agentes políticos, temos a obrigação de trabalhar neste sentido. De não politizar essa questão, de não torná-la objeto nem sujeito de uma guerra eleitoral”, acrescentou ele, depois de acompanhar na PF esforços de interligação das inteligências brasileira e inglesa.
O ministro declarou, depois de críticas do secretário da Secretaria de Segurança Pública paulista, que dos 100 milhões de reais anunciados pelo governo federal para ajudar São Paulo, apenas 20 milhões de reais continuam retidos, à espera de projetos do governo paulista.
Na última sexta-feira, Bastos acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Defesa, Waldir Pires, a um encontro com o governador Cláudio Lembo (PFL) e os comandantes do Exército, Francisco Albuquerque, e da Polícia Militar paulista, Elizeu Eclair Teixeira Borges.
O encontro aconteceu após estourar a terceira onda de violência no Estado em menos de três meses. Desde maio, quando aconteceu o primeiro levante, as autoridades federais e estaduais vêm se encontrando — e também trocando críticas — para tentar conter a criminalidade.
Bastos afirmou ainda que acompanhou “bem de perto” o sequestro do repórter da TV Globo Guilherme Portanova, “conversando com as pessoas da TV, com o governador Lembo e com o presidente da República”.
O ministro considerou positiva a decisão da emissora de exibir a gravação da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) como condição para libertar o jornalista.