quinta-feira, 21/11/2024
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Annan cobra comunidade internacional sobre “horror” no Sudão

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, que está em final de mandato, questionará a comunidade internacional por permitir que o “horror” na região sudanesa de Darfur prossiga.

Em discurso que será lido em Nova York, Annan afirma que a culpa pode ser compartilhada entre aqueles que valorizam noções abstratas de soberania acima das vidas humanas, entre aqueles que se colocam ao lado de governos na questão de solidariedade, e não das pessoas, e entre quem teme que interesses comerciais sejam prejudicados.

“A verdade é que nenhum destes argumentos serve como desculpa, muito menos justificativa, para a vergonhosa passividade da maioria dos governos”, diz Annan no discurso que marcará o Dia Internacional dos Direitos Humanos.

“Ainda não agrupamos o sentimento coletivo de urgência que este assunto requer”, afirma Annan, que prometeu nesta semana fazer da questão dos assassinatos em Darfur sua prioridade até deixar o cargo, em 31 de dezembro.

Cerca de 200 mil pessoas foram mortas em Darfur desde que rebeldes iniciaram uma luta armada contra o governo central, em 2003, e outras dois milhões tiveram que fugir de casa.

O Sudão escreveu uma carta a Annan na semana passada aceitando o apoio da ONU a uma força de 7.000 homens da União Africana, que não conseguiu deter a violência. Mas o Sudão quer opinar na decisão sobre o número de tropas terrestres, algo que poder ser complicado para o Conselho de Segurança da ONU, que paga pelas operações.

O Sudão acusa o Ocidente de exagerar sobre a violência em Darfur.

“Precisamos fazer mais”, diz Annan. “Temos que transformar a responsabilidade de proteção em uma norma internacional que não seja apenas citada, mas sim colocada em prática, onde e quando seja necessária.”

“Acima de tudo, não podemos esperar para agir até que o genocídio já esteja acontecendo.”

Annan, que será substituído pelo sul-coreano Ban Ki-Moon, questiona se conseguiu, durante uma década no cargo, fazer dos direitos humanos o “terceiro pilar” da ONU, ao lado do desenvolvimento e de paz e segurança.

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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