O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, voltou a negar hoje, em Buenos Aires, que seu país vá mediar o conflito entre Argentina e Uruguai, decorrente da construção de fábricas de celulose numa localidade da fronteira uruguaia.
A posição do Brasil neste assunto não é de “omissão nem de intromissão”, ressaltou Amorim, que antes lembrou que “há uma gestão” sendo conduzida por um enviado do rei Juan Carlos da Espanha para que o caso seja solucionado.
“Outras interferências podem travar este processo”, disse o chanceler brasileiro, que concedeu uma breve entrevista coletiva com seu colega argentino, Jorge Taiana.
“Sempre temos que procurar a maneira mais efetiva de cooperar”, destacou Amorim, que visita oficialmente o país por ocasião do 15º aniversário do acordo em que Argentina e Brasil renunciaram à bomba atômica e criaram uma agência de controle recíproco do setor nuclear.
A visita do diplomata brasileiro coincidiu com um protesto de cerca de 4.000 ativistas e habitantes da cidade argentina de Gualeguaychú na Praça de Maio.
Os milhares de manifestantes se reuniram em frente à sede do Governo para reclamar de uma fábrica de celulose que está sendo construída pela companhia finlandesa Botnia na vizinha localidade uruguaia de Fray Bentos.