Silêncio. Esta é a ordem no Coritiba após o rebaixamento para a Série B e o quebra-quebra no Couto Pereira. Ameaçados por torcedores, os dirigentes se calaram nesta segunda-feira, mas prometem um pronunciamento oficial sobre o futuro do clube ainda nesta semana. Enquanto isso, a direção alviverde calcula o prejuízo pelos atos de vandalismo em seu estádio. Nas primeiras contas, o Coxa terá de desembolsar aproximadamente R$ 500 mil para recuperar suas dependências.
A destruição é bastante grande dentro do estádio. Funcionários trabalham desde as primeiras horas da manhã para recolherem o que foi quebrado. Somente para repor as cadeiras quebradas e arremessadas ao gramado, o setor administrativo já imagina gastar cerca de R$ 80 mil.
Grades de proteção, catracas de ingressos e outros objetos estão espalhados por todo o estádio. Até uma calça feminina foi encontrada parcialmente queimada. O mesmo acontece no setor das lanchonetes, localizado atrás da arquibancada em que o tumulto começou assim que o árbitro Leandro Vuaden apitou o fim do jogo. Geladeiras, mesas e fornos foram quebrados.
Os vândalos atingiram também a parte administrativa. Por uma porta que dá acesso ao local, muitos deles invadiram a sala do presidente Jair Cirino, destruindo objetos e equipamentos. Seguranças que faziam a proteção do local não conseguiram conter a fúria dos baderneiros. Por sorte, nenhum funcionário estava no local.
Os dirigentes alviverdes, aliás, continuam sendo ameaçados por torcedores revoltados pelo rebaixamento. O temor é tanto que nenhum deles pretende ir ao clube nas próximas horas e uma entrevista coletiva será convocada nos próximos dias para anunciar o prejuízo oficial, além do futuro do time e do técnico Ney Franco, que já se colocou à disposição para permanecer em 2010.
A preocupação é também com os jogadores. O meia Carlinhos Paraíba, agredido na saída de campo, havia sido ameaçado por torcedores há algumas semanas por, segundo eles, não estar se empenhando nos treinamentos desde que acertou as bases salariais de seu contrato com o São Paulo. A casa do técnico Cuca, do Fluminense, no bairro Santa Felicidade, e a Arena da Baixada, estádio do rival Atlético-PR, também foram alvo dos vândalos.
A diretoria do Coritiba recomenda que as pessoas evitem andar com camisas de torcidas organizadas pelas ruas da capital paranaense nesta semana para que outras brigas não ocorram.
GloboEsp