A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) fechou o ano de 2007 com alta de 4,46% – uma alta de 42% sobre o indicador de 2006, que subiu 3,14%. Alimentos e bebidas, que subiram 10,79% no período, foram responsáveis por cerca de metade da inflação do ano, ou 2,1 ponto percentual o total. O IPCA é a “inflação oficial”, usada pelo Banco Central para definir as metas de inflação do país.
Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (11), o IPCA de 2007 reverteu a tendência de queda registrada nos cinco anos anteriores. Em dezembro, o IPCA ficou em 0,74%, quase o dobro da taxa de novembro,de 0,38%.
Alimentos
Dentre os grupos pesquisados, a maior alta ocorreu em alimentação e bebidas, de 10,79%. Em 2006, o grupo havia subido 1,22%. Entre os produtos, as carnes tiveram a maior contribuição para o IPCA de 2007. Com alta de 22,15%, responderam por 0,39 ponto percentual do índice total.
O grupo leite e derivados aparece como segunda maior contribuição, de 0,36 ponto percentual no IPCA, com alta de 13,79% em 2007. Já o preço do feijão registrou alta de 109,20%, em média.
Segundo o IBGE, a alta dos alimentos foi resultado, principalmente, de condições climáticas desfavoráveis, preços elevados dos produtos no mercado internacional e aumento das exportações.
Entre os grupos, além de alimentação e bebidas, apenas os gastos com comunicação aceleraram em 2007, com alta de 0,67%, ante queda de 0,25% em 2006. O grupo artigos de residência também sofreu aceleração, mas manteve deflação, passando de -2,72% para –2,48%.
Energia elétrica é principal contribuição negativa
Os preços dos produtos não-alimentícios aumentaram 2,83% em 2007 – o menor aumento desde 1998 (1,56%) e bem abaixo do de 2006 (4,23%). Isso porque itens importantes no consumo das famílias chegaram a apresentar significativa queda no ano, caso das contas de energia elétrica, que ficaram 6,16% mais baratas e, com isso, exerceram a mais baixa contribuição em 2007: -0,23 ponto percentual. Já o telefone fixo fechou o ano com variação de 0,34%, relativamente baixa e sem pressão significativa sobre o índice.
Os gastos com habitação recuaram de uma alta de 3,08% em 2006 para 1,76% em 2007. As demais desacelerações foram registradas nos grupos vestuário (de 5,07% para 3,78%), transportes (de 3,02% para 2,08%), saúde (de 5,99% para 4,48%), despesas pessoais (de 7,23% para 6,53%) e educação (de 6,24% para 4,18%).
Belém tem maior inflação
Entre as regiões metropolitanas, Belém registrou a maior alta de 2007, de 7,1%, seguida por Salvador, com 6,07%, e Belo Horizonte, com 5,86%. Na oposto do ranking, aparecem São Paulo, com inflação de 3,89%, Rio de Janeiro (3,8%), Porto Alegre (3,71%) e Curitiba, com o menor indicador, de 3,48%.
G1