Um levantamento da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), divulgado recentemente, apontou que cerca de 2 milhões de brasileiros são portadores de doença renal crônica (DRC), que consiste em uma lesão ou perda irreversível das funções dos rins. O dado mais alarmante, porém, é que 60% deles não sabem que têm o problema. Segundo a nefrologista Maria Alice Fernandes de Barcelos, do Hospital Nove de Julho, em São Paulo, o estudo revela dados extremamente preocupantes, já que o perfeito equilíbrio do nosso corpo se deve, em grande parte, ao funcionamento normal dos rins. “A doença renal crônica geralmente é silenciosa, só apresentando sintomas em fases avançadas”, adverte.
Os rins são órgãos vitais do sistema excretor, responsáveis por eliminar substâncias tóxicas do organismo, como a ureia e a creatinina, além de serem capazes de regular a pressão arterial, filtrar o sangue, produzir hormônios e ainda controlar a quantidade de sal e água no corpo.
De maneira muito parecida com o funcionamento de um filtro, os rins trabalham para conservar o corpo livre de toxinas. “Por isso, é importante estar atento a alguns sinais, para que a DRC seja tratada no estágio inicial, diminuindo a possibilidade de perda total da função desses dois órgãos. No Brasil, as causas mais comuns do problema são hipertensão arterial, diabete e nefrite (inflamação dos rins)”, destaca Maria Alice.
A doença, geralmente, é detectada em exames de urina e dosagem de creatinina no sangue. “Se os níveis estiverem alterados, pode ser indício de uma lesão renal em fase inicial”, diz a nefrologista, lembrando a importância dos exames preventivos. Maria Alice explica que, nos estágios mais avançados, a doença pode ocasionar a falência irreversível do órgão. “Nesses casos, é necessária a realização de diálise (tipo de tratamento que visa repor as funções do rim) ou até mesmo um transplante”, conclui.
F.U/Ivonete Soares