O aumento da adição de álcool na gasolina em três pontos percentuais a partir de 20 de novembro deve provocar uma elevação dos preços do produto na usina pelos próximos meses, quando já naturalmente deveriam subir por conta da entressafra, avaliaram corretores nesta quarta-feira.
Mas a alta não deve ser exagerada uma vez que a oferta é considerada adequada, disseram eles, que em sua maioria prevêem preços em torno de R$ 1 a R$ 1,10 por litro nos primeiros meses de 2007, contra os atuais R$ 0,90 por litro na usina.
Na entressafra passada, quando a situação da oferta era mais justa, segundo as fontes, o preço do álcool chegou a um pico de R$ 1,30 por litro. Na ocasião, o governo reduziu a mistura de 25% para os atuais 20%.
O próprio governo descartou uma forte elevação de preços na próxima entressafra, apontando para valores em torno de R$ 1 por litro na usina de fevereiro a março de 2007.
“Não tem a mínima chance de os preços terem aumento exagerado”, afirmou o diretor do Departamento de Agroenergia do Ministério da Agricultura, Ângelo Bressan, sinalizando que a mistura poderá ser inclusive elevada novamente considerando o crescimento esperado para a próxima safra.
“Em algum momento, se tiver uma grande safra no ano que vem, como estamos esperando, se tiver muito álcool, vamos ter que voltar para 25%”, afirmou ele. “Mas é um assunto que vai ter que esperar o momento certo.”
A pressão de baixa nos preços com a entrada da safra 2007/08, oficialmente em 1º de maio, é um aspecto que preocupa o governo e que contribuiu para a mudança anunciada na terça-feira.
“Essa decisão (visa) reduzir ao mínimo o estoque de passagem para (o setor) ter fôlego para enfrentar uma safra muito grande. O ideal é chegar ao último dia da safra com estoque mínimo. Se chega em abril com uma imensidão de estoque, já começa o problema aí”, afirmou Bressan.
Com estoques cheios, as usinas poderiam promover uma liquidação às vésperas da nova safra, e sem o aumento da mistura também haveria a possibilidade de problemas de estocagem.
Com base nas projeções de expansão do consumo do álcool, tanto no Brasil quanto no exterior, a área plantada de cana vem crescendo ano a ano, e as safras têm batido consecutivos recordes.
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