O impacto no suprimento de energia elétrica em Mato Grosso, principalmente nos municípios que compõem a Baixada Cuiabana preocupa os deputados estaduais. Com a instabilidade de energia em razão da falta do gás boliviano, a Assembléia Legislativa, através de uma iniciativa do deputado Carlos Avalone (PSDB), convidou a diretoria da empresa Rede/Cemat para falar sobre os constantes cortes de energia no Estado.
Durante o encontro, a Rede/Cemat esteve representada pelo diretor de engenharia, José Adriano Mendes que fez uma explanação sobre o problema para os deputados no gabinete da presidência.
“Não tem sentido o que a Bolívia está fazendo com Mato Grosso. Não podemos ser considerados o patinho feio dessa história”, comentou Avalone, se referindo ao impasse entre Petrobrás, Bolívia e Governo brasileiro com a Usina Termoelétrica Mário Covas, de Cuiabá.
De imediato, José Adriano mostrou como é realizado o trabalho da Rede/Cemat em Mato Grosso, com geração-transmissão e distribuição de energia no Estado. As constantes quedas de energia em Cuiabá também foram explicadas pelo diretor. Ele fez um alerta à população. “A situação pode piorar se não tivermos uma solução rápida para isso”, colocou José Adriano.
No entanto, o vice-líder do governo na Assembléia, deputado Alexandre César (PT) deixou os parlamentares mais tranqüilos cobrou uma solução imediata do problema. “Estive reunido com o secretário adjunto da Casa Civil do Governo Federal (Jeferson de Castro Junior) e ele me garantiu que o ministro das Minas e Energia da Bolívia estará no Brasil para conversar sobre o problema do gás no Brasil e, que Mato Grosso está em pauta”, disse Alexandre.
Outro ponto destacado por Avalone durante a reunião, é que a bancada estadual se reúna com os deputados federais nesta quinta ou sexta-feira para discutir o assunto. “Temos que reverter esse quadro preocupante no Estado, porque não há como crescer sem ter energia”, ressaltou o deputado.
Na opinião do presidente da Assembléia, deputado Sérgio Ricardo (PR) os parlamentares devem estudar alternativas com o Governo e a Rede/Cemat para buscar soluções. “Os apagões não podem atrapalhar o desenvolvimento do Estado. Com isso, a economia de Mato Grosso corre sérios riscos”, argumentou o parlamentar.
Segundo dados do diretor de engenharia da empresa, Mato Grosso possui atualmente 75 usinas, sendo 25 delas termoelétricas e os municípios que compõem a Baixada Cuiabana consomem em torno de 40 a 45% da energia total do Estado. “Mato Grosso é abastecido de duas formas, através de energia interna e o restante da região sudeste do país e a Termoelétrica Mário Covas é essencial para o abastecimento de Cuiabá”, lembrou José Adriano.
Na verdade, com a crise do gás boliviano, o suprimento de energia para Cuiabá está comprometido para os próximos meses e, o diretor de engenharia, se mostra apreensivo com a paralisação de 57 dias da Termoelétrica Mário Covas. “Com a falta de operação da termoelétrica, Cuiabá pode ter uma redução de confiabilidade do suprimento de energia”, apontou, explicando também que quando em funcionamento, a usina gera 450 MW.
Também participaram da reunião os deputados Wagner Ramos (PR), Chica Nunes (PSDB), Chico Galindo (PTB), Erival Capistrano (PDT), Juarez Costa (PMDB), José Riva (PP), Airton Português (PP), Percival Muniz (PPS), Walace Guimarães (DEM), Adalto de Freitas (PMDB), Sebastião Rezende (PR) e Roberto França (sem partido).