Estudo feito pelo Cepea/Esalq (Centro de Estudos de Economia Agrícola da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz de Piracicaba, SP)
O agronegócio brasileiro emprega 19 milhões de pessoas. Esse número abrange o total de trabalhadores no campo e nas empresas ligadas à cadeia do agronegócio, incluindo as que fornecem os insumos para o campo e as que compram a matéria-prima e fazem o processamento para a colocação no mercado. Com 11,5 milhões de trabalhadores, a agricultura familiar é o setor que mais emprega no agronegócio.
O agronegócio absorve quase 1 de cada 3 trabalhadores brasileiros. De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), 32,3% (30,5 milhões) do total de 94,4 milhões de trabalhadores brasileiros eram do agronegócio no ano de 2015. Desses 30,5 milhões, 13 milhões (42,7%) desenvolviam atividades de agropecuária, 6,43 milhões (21,1%) no agrocomércio, 6,4 milhões (21%) nos agrosserviços e 4,64 (15,2%) na agroindústria.
Em 2016, a soma de bens e serviços gerados no agronegócio chegou a R$ 1,3 trilhão, ou 23,6% do PIB brasileiro, e essa participação tem crescido nos últimos anos, o que torna o setor fundamental para o crescimento econômico do Brasil. Nesse contexto de crescimento em que o agronegócio emprega parcela significativa da população brasileira, apresentam-se números mais atualizados sobre a importância do agronegócio na economia do país, material que foi abordado em reportagem pelo Yahoo Finanças, que destacou o papel da pecuária neste contexto.
Em sua introdução, o portal fala sobre a agricultura brasileira como “um dos principais pilares da economia do País. Assim, ao mesmo passo, não é possível ignorar a importância da pecuária para a roda econômica brasileira”. De acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o valor bruto da produção em 2020 da pecuária foi de R$ 307,38 bilhões — alta do valor do ano anterior, de R$ 284,78 bilhões. Em 2021, deve bater R$ 323 bilhões.
Desde a década de 1990, o setor apresenta crescimento constante e consistente, com ocupação média em cabeças por hectare saltando 34% desde então, segundo a Athenagro.
O presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Oswaldo Pereira Ribeiro Jr, diz que “a pecuária tem um papel muito importante nesse cenário, com a produção aumentando ao passo que as áreas usadas para a atividade vêm diminuindo, dando lugar à lavoura. A pecuária brasileira vem se superando, trazendo divisas importantes para manutenção da nossa economia”.
Outro ponto abordado pelo presidente da Acrimat é a segurança alimentar da carne brasileira. “O pecuarista brasileiro produz um alimento de excelência, feito com todo cuidado ambiental e social, com Mato Grosso ocupando posição de liderança nessa produção, e deve continuar mantendo essa posição nos próximos anos”.
PRODUÇÃO – A produção por hectare cresceu 147% no período, se dividindo na criação de bovinos, suínos, caprinos e ovinos, avicultura, piscicultura e bubalinos — criação de búfalos. “A pecuária tem papel importantíssimo hoje no saldo da balança comercial brasileira”, diz Caio Vinícius Rossato, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Búfalos.
Para entender essa participação na economia com números, é só analisar a participação do setor no Produto Interno Bruto (PIB). Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o agronegócio abocanha 26,6%, com uma produção total de quase R$ 2 trilhões. Desse valor, a pecuária é responsável por 24,56% — acima do 24,2% do agrícola.
“A pecuária é um dos setores com maior crescimento nos últimos dois anos. É um setor que estava passando por dificuldades, com preços baixos e dificuldade de deslanchar. Mas, com a persistência do pecuarista e uso de tecnologia dentro da pecuária, tornou- se competitiva”, diz Antonio Pitangui de Salvo, presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).