quinta-feira, 07/11/2024
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Agricultores ja sentem perdas ocasionadas pelas chuvas e já chegam a 10%

A maior ocorrência de chuvas desde o início de fevereiro provocou perdas de até 10% nos grãos de soja produzidos em algumas lavouras da região Sul de Mato Grosso. Como a tolerância dos compradores é de no máximo 8% de grãos estragados, isto significa um prejuízo real de 2% da produção.

DC
A Globalsat Monitoramento Agrícola, empresa de Rondonópolis que faz o acompanhamento da safra por meio de imagens de satélite, já encontrou sinais de perdas em algumas lavouras da região. O diretor técnico da empresa, Leandro Fabiani, diz que ainda se tratam de casos isolados, mas frisa que prejuízos maiores podem ocorrer caso as chuvas persistam.

Pelo menos no que depender da previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, as notícias não são nada boas para os agricultores.

O meteorologista da Coordenação Geral de Desenvolvimento e Pesquisa do órgão, Mozar de Araújo Salvador, destaca que as chuvas devem continuar até o fim de fevereiro. A previsão é de que somente a partir de março as precipitações voltem ao normal.

Desde o início do mês até ontem, já choveu 94% do volume registrado durante todo o mês de fevereiro do ano passado na região de Rondonópolis.

Conforme dados do Inmet, até ontem os municípios da região acumularam 160 milímetros de chuva. Já a taxa de pluviosidade do mês de fevereiro do ano passado foi de 170 milímetros. Levando-se em consideração os primeiros 14 dias deste mês, em apenas cinco dias não houve precipitações.

Os números apontam para a ocorrência de chuvas em 64% dos dias. No mesmo período do ano passado, o índice de chuvas foi de 50% -14 dias chuvosos no mês. Na opinião de Salvador, o maior volume pluviométrico está relacionado, em parte, com o El Niño, fenômeno natural que provoca o aquecimento das águas do Oceano Pacífico.

Este ano, o centro de circulação de ar de alta pressão conhecido como Alto da Bolívia também contribuiu para o maior volume de chuvas em Mato Grosso. Salvador esclarece que o Alto da Bolívia normalmente fica posicionado sobre o território do país vizinho.

No entanto, a corrente de ar foi deslocada mais a Oeste, o que permitiu a entrada de frentes frias trazendo chuvas para o Estado. “Já esperávamos maior volume de precipitações para fevereiro. Mas apostamos na normalidade dos índices pluviométricos a partir do mês que vem”, reitera.

O meteorologista reconhece que as chuvas são bem vindas pelos produtores, mas desde que na medida certa. O excesso de umidade nas lavouras, aliado ao calor típico do clima tropical, favorece o aparecimento de pragas e do fungo da ferrugem asiática.

Além disso, as chuvas dificultam o transporte da produção. “Muitas estradas ficam intransitáveis, o que dificulta o escoamento da safra”, ressalta.

Salvador acrescenta que outro problema é o atraso na colheita provocado pelas chuvas. “Os produtores têm que deixar as máquinas paradas na lavoura. Isto atrasa a colheita e pode resultar na perda de qualidade dos grãos”.

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
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