Um agente penitenciário foi preso na tarde de anteontem por tráfico de drogas enquanto trabalhava. O crime ocorreu na Penitenciária Central do Estado, antigo presídio Pascoal Ramos, em Cuiabá.
Segundo informações do boletim de ocorrência, o agente foi identificado por Udeson de Souza Lima. Ele acabou preso em flagrante após denúncia anônima.
Para confirmar a denúncia e garantir a prisão em flagrante, a Polícia Militar montou uma operação de inteligência. PMs passaram a monitorar todos os passos do agente prisional pela unidade. Udeson se deslocou por vários locais da penitenciária com uma sacola na mão. Por volta das 15 horas, o agente entrou no raio 3 com o objeto e saiu sem ele.
Foi nesse momento que Udeson foi preso. Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, foi encontrada dentro de uma das meias de Udeson uma porção de uma substância análoga à cocaína.
O diretor da Penitenciária Central do Estado, Jean Carlos Gonçalves, acompanhou toda a operação e, inclusive solicitou a presença do Corpo de Guardas da unidade para acompanhar a revista realizada no agente.
À polícia, Udeson disse que pegou a substância no raio 3 de um reeducando, que alegou não conhecer, e que iria levar a substância para a cela “Camburão” – uma espécie de cela provisória. No local, a droga seria retirada por outro reeducando.
Não se sabe o que motivou Udeson a transportar a droga pelo presídio e nem se ele recebeu algum dinheiro para tal. Os reeducandos envolvidos no crime ainda não foram identificados. O agente prestou depoimento na Central de Flagrantes e continua preso.
OUTRO LADO – Este é o primeiro caso de corrupção envolvendo um agente prisional deste ano. Em 2010, segundo o Sistema Prisional do Estado, foi registrado mais um caso em janeiro. Na ocasião, um esquema criminoso entre um agente prisional e um policial militar foi desarticulado.
Para o secretário-adjunto de Administração Penitenciária, Antônio Gomes Chaves, todas as medidas foram tomadas para prender o servidor. Chaves ainda disse que situações como essas são “imprevisíveis” e, por isso, as forças de segurança do Estado a cada ano vem reforçando o setor de inteligência para inibir novos casos de corrupção.
O secretário reforçou que muitos outros profissionais da Segurança Pública mato-grossense estão sendo investigados e podem vir a ser presos a qualquer momento.
Todos os agentes prisionais que integram o quadro de servidores do Estado têm a vida pregressa checada. Nessa etapa, segundo Chaves, muitos profissionais acabam sendo reprovados.
O secretário frisou que, além do inquérito civil, o próprio Sistema Prisional vai instaurar um inquérito administrativo para investigar o caso. Se confirmar o crime, Chaves garantiu que o servidor pode perder o cargo de agente prisional, não podendo mais atuar na função.
DiáriodeCuiabá