quinta-feira, 21/11/2024
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Aftosa na Bolívia leva MT a intensificar fiscalização e antecipar campanha

Mato Grosso vai intensificar a fiscalização nos 780 quilômetros de fronteira seca do Estado com a Bolívia depois da notificação de focos de febre aftosa em quatro cidades bolivianas, no Departamento de Santa Cruz. Para a fiscalização na área paralela à fronteira, o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) terá duas equipes atuando durante 24 horas, na formação de barreiras sanitárias que contarão com reforço de profissionais médicos veterinários, técnicos e epidemiologistas se somando aos 14 que já atuam na área paralela à Bolívia, uma faixa que se estende do município de Cáceres até Comodoro, passando por Porto Esperidião e Vila Bela da Santíssima Trindade.

Além dos profissionais, o Indea enviará também mais sete veículos, totalizando 20, que irão atuar na fiscalização e acompanhamento da vacinação contra aftosa do rebanho de cerca de 1.030 milhão de bovinos que existem nas 115 propriedades rurais na faixa de fronteira com a Bolívia. Policiais do Grupamento e Fronteira da Polícia Militar (Gefron) também vão auxiliar na fiscalização da fronteira seca dentro do Estado.

As medidas foram anunciadas em uma reunião nesta segunda-feira (29.01) entre o Governo do Estado em conjunto com a Superintendência da Agricultura em Mato Grosso, Fundo Emergencial de Febre Aftosa e entidades ligadas à pecuária, e formam o trabalho integrado desses setores e governos para prevenção da fronteira mato-grossense contra a doença.

“Mato Grosso vai tomar todas ações preventivas, como a fiscalização e levantamentos do ocorrido, para garantir que o cinturão da faixa de fronteira seja protegido”, frisou o secretário-chefe da Casa Civil Antônio Kato.

Todo o trabalho será coordenado pela Superintendência de Agricultura, por meio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). De acordo com o superintendente no Estado, Paulo Bilégo, o aumento da vigilância primária é a melhor e mais eficaz medida nesse momento, uma vez que acordos internacionais da Organização de Epizootias (OIE) determinam que quando há detecção de focos as fronteiras devem ser fechadas e reforçadas a vigilância. “Todas as exportações de produtos e subprodutos da Bolívia estão suspensas e estamos implementando medidas urgentes, entre elas a liberação do comércio de vacinas para a primeira etapa de vacinação já a partir de hoje”, informou Bilégo.

O Departamento de Sanidade Animal do Mapa suspendeu a entrada em todo o território nacional de animais susceptíveis à doença, seus produtos e subprodutos originários da Bolívia enquanto aguarda informações detalhadas do serviço oficial boliviano. As exportações de carnes e laticínios da Bolívia já foram também suspensas pela OIE.

Focos

O primeiro foco da doença foi detectado na cidade de Cuatro Cañadas, do Departamento de Santa Cruz. De acordo com o superintendente, o órgão de sanidade animal da Bolívia não informou ainda o número de animais infectados, somente que eram provenientes de uma feira de animais realizada em Santa Cruz de La Sierra e prontos para o abate. Em outras três cidades – Montero Hoyos, Colônia Sur e Andrés Ibañez – também foram detectados animais com suspeita da doença.

“O que sabemos é que os animais chegaram a essas cidades já contaminados e a propagação é rápida. Por isso, sem um levantamento mais detalhado, temos que tratar, a princípio, com mais cautela, impedindo que a fronteira seja atingida”, destacou Paulo Bilégo.

Medidas

Na fiscalização da faixa de fronteira serão envolvidos o Exército Brasileiro, Polícia Federal e técnicos do Mapa, intensificando as ações nas divisas com as quatro cidades que fazem fronteira com Mato Grosso – San Matias, San Ignácio, San Ignacito e San Roque – evitando que animais possam passar para o lado mato-grossense. Vinte e um veículos novos adquiridos recentemente pela Superintendência também serão empregados nessas ações.

As equipes do Indea vão intensificar a fiscalização e vacinação assistida, com a presença de profissionais do órgão de sanidade animal em data pré-estabelecida, nas propriedades da faixa fronteiriça. A maior parte delas, são 54 propriedades, está no município de Vila Bela da Santíssima Trindade, que fica a 190 quilômetros do local onde foi detectado o foco de aftosa.

Outras 34 propriedades ficam em Cáceres, 22 em Porto Esperidião e 5 em Comodoro. Técnicos farão a vacinação assistida também em três assentamentos, com a atuação dos vacinadores comunitários, já capacitados pelo Indea para exercer a imunização.

Um comitê central com a coordenação do Mapa já foi criado para orientar as ações integradas com outros três Estados que também fazem fronteira com a Bolívia – Mato Grosso do Sul, Rondônia e Acre.

Conforme o presidente do Indea, Décio Coutinho, o órgão terá dois pontos de concentração das informações de fiscalização na área paralela, um em Cáceres e outro em Pontes e Lacerda.

“O acompanhamento da vacinação será rígido e nossas equipes atuarão 24 horas na faixa fronteiriça. Nossas fronteiras estão fechadas há mais de 28 anos para entrada de animais em trânsito vindos da Bolívia, a fiscalização será intensificada, até porque estamos há 11 anos sem um único foco da doença e queremos manter esse status”, observou Coutinho.

Representantes dos órgãos de sanidade animal e da Superintendência de Agricultura se reúnem no Mapa, em Brasília, nesta semana para tratar da liberação de recursos do Mapa que serão empregados nessa ação emergencial.

Vacinação

Para a primeira etapa de imunização contra a aftosa neste ano, o Indea e Mapa decidiram, diante do problema na Bolívia, antecipar as vendas de vacinas no Estado. A campanha começa oficialmente dia 1º de fevereiro, mas desde esta segunda-feira, produtores já podem adquirir as doses. Segundo o presidente da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav), Roberto Motta, cerca de 10% do rebanho bovino mato-grossense de 0 a 12 meses deverá ser imunizado nesta etapa. Para esse trabalho, serão colocadas à venda quase três milhões de dose da vacina. “Os produtores, proprietários rurais podem se tranqüilizar que não faltará vacina no mercado”, garantiu Motta.

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
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