Os advogados Ricardo Spinelli e Ocimar Carneiro tiveram as residências e escritórios vasculhados pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quarta-feira (27). Eles teriam orientado o deputado Gilmar Fabris (PSD) a ocultar provas durante a Operação Malebolge.
Fabris está preso no Centro de Custódia da Capital (CCC), desde a sexta-feira (15), por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, que acatou pedido da Procuradoria Geral da República. O parlamentar foi acusado de obstrução da Justiça ao sair de casa com pasta e documentos minutos antes da chegada de policiais federais que cumpririam mandados de busca e apreensão no dia (14).
Ocimar Carneiro é cunhado do deputado. Conforme a Procuradoria Geral da República (PGR), tanto Carneiro quanto Spinelli ajudaram Fabris a ‘sumir’ com as provas.
“Neste contexto, concluiu a procuradoria-geral da República ‘(…) que Ricardo Saldanha Spinelli guardou consigo e auxiliou na ocultação dos documentos subtraídos de sua residência por Gilmar Fabris’ e que, da mesma forma ‘(…) Ocimar Carneiro de Campos integrou a empreitada criminosa, ao auxiliar Gilmar Fabris a ocultar documentos que interessam a investigação criminal”, consta na decisão.
Dependendo das provas a serem localizadas pela Polícia Federal, os advogados podem responder por diversos crimes, como associação criminosa, corrupção, embaraçamento de investigação, dentre outros.
“[…] O pedido formulado pelo procurador-geral da República para em face dos investigados Ricardo Saldanha Spinelli e Ocimar Carneiro de Campos, autorizar a quebra de inviolabilidade de que trata o inciso II, do artigo 7º da Lei nº 8906/94, bem com o cumprimento de mandado de busca e apreensão com a finalidade de apreender e ter acesso a qualquer documentos, mídias, e outras provas encontradas que gorem relacionadas aos crimes de associação criminosa, embaraçamento de investigação, de delito que envolva organização criminosa, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, corrupção assina e peculato, apurados no contexto da Operação Ararath”, diz um trecho da decisão”.
A operação
Fabris foi alvo, inicialmente, de mandados de busca e apreensão juntamente com outras 64 pessoas em todo estado. As investigações também fazem parte da deleção premiada do ex-governador Silval Barbosa – substancialmente, no que se refere ao pagamento de ‘mensalinho’ a deputados, os quais foram filmados pegando o dinheiro oriundo de corrupção.
Anteriormente, dezenas de políticos, entre secretários de Estado e deputados, além de empresários, foram alvos dos mandados de busca e apreensão em Cuiabá.
Vale ressaltar que ainda foi autorizado pelo STF o afastamento cautelar de cinco conselheiros do TCE-MT: José Carlos Novelli, Waldir Júlio Teis, Antônio Joaquim Moraes Rodrigues Neto, Walter Albano da Silva e Sérgio Ricardo de Almeida.
Com RepórterMT