A Archer Daniels Midland Company (ADM) revelou ontem que está à frente do maior empreendimento de biocombustível do mundo, que será implantado no município de Rondonópolis (210 quilômetros ao Sul de Cuiabá). A nova fábrica mato-grossense vai superar em 66% a maior indústria de biocombustível do planeta que opera em Hamburgo, na Alemanha, e que também pertence à ADM. A unidade européia produz diariamente 300 toneladas (t) de combustível vegetal. A usina em construção em Mato Grosso terá capacidade para produzir 500/t por dia.
A planta, orçada em cerca de US$ 35 milhões, deverá entrar em operação no fim do primeiro semestre de 2007 e será instalada no mesmo espaço onde já funciona a unidade de esmagamento de soja da empresa na cidade. Conforme o Diário já adiantou ontem, na edição do Diário Regional, a multinacional vai produzir anualmente 180 mil/t de combustível vegetal, à base de óleo de soja.
De acordo com as informações passadas pela empresa na carta-consulta apresentada à Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme) a usina vai ocupar uma área de 2,160 mil metros quadrados. O secretário adjunto de Desenvolvimento da Sicme, José Epaminondas Mattos Conceição, destaca que se trata de um empreendimento compacto e verticalizado, por isso não demanda grandes espaços.
A ADM é atualmente líder na fabricação de biodiesel na Europa e maior produtora mundial de biocombustível, com cinco unidades em operação.
A empresa projeta agora estender a produção de combustível vegetal e ampliar a gama de produtos industrializados no Brasil. De acordo com a assessoria de imprensa da ADM a usina vai atender à demanda de biocombustível dos produtores rurais e de setores ligados ao transporte rodoviário e ferroviário em todas as unidades da federação. Ainda de acordo com a multinacional, a proximidade com o mercado fornecedor de matéria-prima foi um fator decisivo na escolha de Rondonópolis para abrigar a primeira usina de biocombustível da ADM no Brasil. O empreendimento estava sendo disputado com outros quatro estados: Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná e Goiás.
Na decisão também pesou o fato de o município abrigar o maior parque industrial brasileiro da ADM. De acordo com a multinacional a construção da usina é uma forma de a empresa se antecipar ao aumento na demanda de biocombustível, que será gerada em função da obrigatoriedade de adição de biodiesel ao óleo diesel. A partir de 2008, a mistura deverá ser de pelo menos 2%. Após 2013, o óleo diesel deverá ser acrescido de 5% de combustível vegetal.
A ADM destaca, por meio da assessoria de imprensa, que o uso de biocombustível está em fase de expansão em todo o mundo, por proporcionar uma menor emissão de gases poluentes e melhorar a qualidade do ar. A base de sementes oleaginosas, como é o caso da soja, o combustível vegetal queima de forma mais limpa que o óleo diesel, derivado do petróleo.