O primeiro rascunho oficial de um acordo da conferência da ONU sobre as mudanças climáticas em Copenhague propõe a limitação da alta da temperatura do planeta a entre 1,5 a 2 ºC.
O texto também propõe três possíveis alvos para a redução global de emissões de carbono até 2050 em relação aos níveis de 1990: por 50%, 80% e 95%.
Países industrializados favorecem a meta de 50%. Grandes economias emergentes como a China insistem que deve ficar claro que os países ricos vão assumir a quase totalidade do corte.
“As partes devem cooperar para evitar uma mudança climática perigosa […], reconhecendo que a alta da temperatura média global em relação aos níveis pré-industriais não deve superar” essas temperaturas, afirma o documento, de sete páginas, divulgado nesta sexta-feira às 8h30 locais, e que será utilizado a partir de agora como base das negociações.
A limitação a 1,5 ºC é proposta pelos pequenos Estados insulares e por vários países africanos gravemente ameaçados pelo aquecimento global.
A outra proposta, de uma limitação do aumento da temperatura a 2 ºC, é defendida tanto pelos países ricos como pelos grandes emergentes, incluindo Brasil, China e Índia.
Ministérios ambientais
O rascunho deve ser submetido a ministérios do Meio Ambiente pelo mundo, com o objetivo de ser endossado em encontro de cúpula da próxima sexta-feira (18).
As negociações acontecem durante a 15ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP-15).
Se um acordo político em Copenhague for realizado, deve ser seguido por reuniões em 2010 para acertar os detalhes.
O pacto global teria efeito a partir de 2013, depois de expirado o atual Protocolo de Kyoto.
O rascunho foi proposto pelo Grupo de Trabalho Ad-hoc em Ação Cooperativa de Longo Prazo (AWG-LCA, na sigla em inglês), uma das duas linhas de negociação durante os 12 dias em Copenhague.
F.Online