Já Foi publicado no Diário Oficial que circulou na última sexta-feira (29), a lei que cria a “Campanha de Prevenção ao Consumo do Oxi em Mato Grosso”. A lei é de autoria do deputado estadual Zeca Viana (PDT) e tem por finalidade instituir campanha institucional, apontando os malefícios que o oxi (cujo nome deriva da palavra “oxidação” – oxidado) causa aos usuários.
“Tenho batido nas teclas da prevenção e conscientização como forma de evitar danos maiores à sociedade. Falar abertamente sobre drogas ou atitudes questionáveis [no trânsito, por exemplo] com as crianças, jovens e até os adultos pode ajudar a evitar estatísticas tristes e assustadoras. E o oxi é uma das drogas mais devastadoras”, diz Viana.
O oxi é conhecido com a “droga da morte” – trata-se de um crack piorado – e vicia instantaneamente. O deputado relata que a preocupação surgiu do fato de o consumo do oxi estar se disseminado rapidamente pelo Brasil e pode se tornar uma epidemia, tendo como principal atrativo o baixo custo. Em São Paulo, por exemplo, uma pedra pode ser encontrada por R$ 2, enquanto o crack costuma ser vendido por R$ 5.
A DROGA – Oxi é uma mistura de base livre de cocaína, cal, permanganato de potássio e algum combustível – como querosene, gasolina, diesel ou solução de bateria. A composição final é gasolina e cal virgem, aquecidos a mais de 100 graus.
Há diferença no nível de pureza do oxi, que também pode conter outros tipos de substâncias tóxicas: cal, cimento, ácido sulfúrico, acetona, amônia e soda cáustica são comuns. O oxi contém múltiplos resíduos e é mais agressivo ao sistema respiratório. Por conter gasolina na composição, ainda é extremamente prejudicial ao fígado e rins, podendo provocar a falência de tais órgãos.
ESTUDO – Um estudioso do assunto, o pesquisador Álvaro Mendes, em recente entrevista à revista de circulação nacional Época, alertou para o perigo do oxi. “Já trabalhei com usuários de todos os tipos de droga. Ainda não vi droga mais horrível do que o oxi. Imagine uma pessoa sem dormir há uma semana e, um minuto após consumo começa a vomitar e ter diarréia. Depois, andam pelas ruas como zumbis. É a degeneração humana. Não vi outra droga que causa isso em questão de segundos como ocorre com o oxi”, disse à revista.
Quanto à possibilidade de a droga se tornar uma epidemia, o pesquisador explica: “Existe essa possibilidade. É uma droga muito barata, capaz de provocar o vício após a primeira dose e fácil de ser transportada. Também não depende de laboratórios para ser fabricada, pode ser feita em fundo de quintal. Se não soar o alerta nos governos, não sei qual será o limite.”
AGORA É LEI – Com a sanção da lei (9.771/2012) que cria a “Campanha de Prevenção ao Consumo do Oxi em Mato Grosso” o estado deverá confeccionar material impresso, de leitura simples e esclarecedora, distribuído gratuitamente à população de Mato Grosso. O material deve esclarecer o mal que o consumo do oxi pode causar ao organismo.
O material deverá ser disseminado em locais de intensa circulação de pessoas, inclusive de crianças e adolescentes. A lei de Zeca Viana foi sancionada pelo Governo do Estado justamente na Semana Nacional Antidrogas.