Uma investigação está sendo feita depois que o maquinista aparentemente ignorou um sinal e um trem de passageiros bateu na traseira de outro, disse a agência estatal MENA.
A mídia egípcia noticiou que o chefe da autoridade estatal da estrada de ferro, Hanafi Abdel-Qawi, foi demitido por causa do acidente e seu vice suspenso até que saiam os resultados da investigação. Abdel-Qawi havia antes dito que o acidente aconteceu devido a “erro humano”, noticiou a MENA.
“O primeiro trem parou. Olhamos e vimos o outro trem vindo atrás, apitando”, contou Khalil Sheikh Khalil, que havia descido de um ônibus nas proximidades poucos antes da colisão.
“Ficamos repetindo: “Condutor, condutor, um trem está vindo” Então o condutor avançou uns 15 metros, e enquanto se movia, os dois trens se chocaram”.
Khalil disse que o motor do trem que vinha em velocidade explodiu em chamas no momento do impacto.
O ministro da Saúde egípcio disse que o total de mortos era de 58, com 143 feridos, alguns com gravidade. Uma fonte de segurança havia dito que até 80 tinham morrido, mas baixou sua estimativa para coincidir com a oficial.
Um fotógrafo da Reuters no local disse que um dos trens descarrilou e estava caído de lado. Ele se rompeu em quatro partes e tinha marcas de fogo.
O acidente arrancou os bancos dos vagões, que estavam cheios de roupas e sapatos espalhados. Os vagões foram esmagados.
“Um enorme ruído me acordou. Um dos trens havia descarrilado e as pessoas estavam espalhadas no chão. Liguei para as autoridades e elas disseram que eu estava louco”, afirmou Osama Abdul Haleem, que vive ao lado do local do acidente. “Disse a eles que havia mortos e gente morrendo no chão.”
APELO POR SANGUE
Trabalhadores dos serviços de resgate se apressavam em retirar as vítimas dos destroços e levá-las em ambulâncias aos hospitais. Manchas de sangue podiam ser vistas em meio aos vagões.
Por volta do meio-dia, eles ainda recuperavam corpos, utilizando uma escavadora para arrastar uma placa de metal e conseguir puxar um corpo de dentro de um dos vagões destruídos.
Cerca de 1.000 curiosos e passageiros estavam no local do acidente, que fica numa área semi-rural. Centenas de policiais egípcios mantinham a multidão afastada. Autoridades pediam por alto-falantes que as pessoas formassem uma fila para doar sangue.
A colisão é o pior acidente ferroviário no Egito desde que 360 pessoas morreram em 2002, quando um incêndio se espalhou por vários vagões de um trem de passageiros. Aquele acidente foi o pior em 150 anos de história das ferrovias do Egito e provocou a renúncia do ministro dos Transportes e do chefe dos serviços ferroviários.