O saldo do ano de 2019 para a pecuária mato-grossense foi positivo. O rebanho bovino do estado – maior criador brasileiro – aumentou 11,16%, alcançando as 30,34 milhões de cabeças de gado. O volume de abate cresceu 5,24%, com 5,6 milhões de animais encaminhados para o beneficiamento nos frigoríficos, e as exportações fecharam o ano em 428,11 mil toneladas em equivalente carcaça (TEC) – correspondendo a um incremento de 21,89% em comparação com 2018. Os dados foram divulgados nesta terça (14) pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
O destaque do ano foi a abertura do mercado chinês à carne estadual. A média mensal de vendas para o bloco formado por China e Hong Kong foi a que mais aumentou em 2019 em relação ao ano anterior: 34,54%. Com isso, totalizaram 157 mil TEC, ficando à frente dos países do Oriente Médio, que somaram 153 mil TEC e até o ano passado superavam o bloco chinês em volume de compras.
“Isso é reflexo direto da abertura do mercado chinês à carne mato-grossense. Em 2019, depois de muita articulação, conseguimos que sete frigoríficos fossem habilitados a vender para a China: Redentor (Guarantã do Norte), Marfrig (Tangará da Serra, Várzea Grande e Pontes e Lacerda), Naturafrig (Barra do Bugres), Agra (Rondonópolis) e Vale Grande (Matupá), além da planta do JBS em Barra do Garças, que era o único habilitado para exportar”, relembra Arlindo Vilela, conselheiro do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac).
Além da China, tanto o Imac como os governos estadual e federal dedicam atenção ao mercado norte-americano, ainda com embargos à carne brasileira. Porém, um outro destino tende a se projetar para o mercado da carne mato-grossense: a Rússia. Embora seja o bloco que menos compra de Mato Grosso, a Rússia teve um crescimento importante em 2019, fechando o ano com a compra de 10,28 mil TEC – superando o patamar do ano anterior, inferior a 400 TEC.
“Estamos atentos ao conflito entre Estados Unidos e Irã, que são dois mercados relevantes – um pelo potencial de compra que ainda não podemos aproveitar, e o outro por já ter se consolidado como importante parceiro da carne mato-grossense. Além disso, a necessidade de nos mantermos sempre atualizados às demandas dos compradores chineses e questões conjunturais como o impacto das queimadas florestais na Austrália estão na pauta”, observa Arlindo.
A relevância da Austrália se deve ao fato de ser o principal exportador de carne bovina para a Indonésia, país com 260 milhões de habitantes que em agosto do ano passado habilitou novas plantas frigoríficas mato-grossenses. “Qualquer alteração nessa relação da Austrália com a Indonésia pode reverberar no mercado da carne mato-grossense”, afirma Arlindo.
Além das vendas externas terem se ampliado, o plantel mato-grossense também cresceu. A região norte de Mato Grosso permanece com o maior rebanho bovino: 5,55 milhões de cabeças, ou 18,29% do total estadual. Porém, os municípios no centro-sul do estado ampliaram o número de cabeças em 122,19%, chegando a 4,56 milhões de animais. O estado ampliou seu rebanho em 11,16%, alcançando o número de 30,34 milhões de cabeças de gado.
Em 2019, foram abatidos 5,6 milhões de cabeças de gado em Mato Grosso – desempenho 5,24% superior ao registrado em 2018. A região com maior volume de abate foi a oeste (1,23 milhões de animais), seguida pelo sudeste (pouco mais de 1 milhão de animais). Por outro lado, a região Noroeste foi a com maior incremento na média mensal de abate (14,67%).
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