O dia internacional das mulheres é comemorado atualmente com romantismo pelo comércio, num padrão de mulher bonita, delicada e guardiã da família. Mas é sempre bom lembrar que se originou de uma tragédia trabalhista. No dia 08 de março de 1857, na cidade de Nova York, operárias de uma indústria têxtil fizeram uma greve exigindo melhores condições de trabalho, e por isso, foram trancadas e queimadas dentro da fábrica. Registrou-se a morte de mais de 130 trabalhadoras.
Lutas iguais a essa seguem até hoje, com muitas mulheres protagonizando a direção da cultura, da educação, da política e da economia do nosso país, mas ainda num percentual pequeno em relação ao homem, ou sem o devido reconhecimento.
Segundo o Censo de 2010, 46,4% dos lares brasileiros são chefiados por mulheres. Elas são a maioria dos docentes no sistema de ensino público e privado. São responsáveis (quase que exclusivamente) pelo sucesso de vários segmentos do setor produtivo, como moda, cosméticos, estética e produtos naturais, que apesar de gerar muitos empregos, demonstram a exigência social que se impõe às mulheres, juntamente com a cultura da competição feminina.
São a maioria do eleitorado, com mais de 52% dos votos, mas ainda ocupam poucas cadeiras eletivas, talvez porque a política exija uma dedicação que vai além da dupla jornada de trabalho, pois afinal, culturalmente, os cuidados do lar não podem ser exercidos por homens.
A violência doméstica e profissional contra a mulher ainda é notória no Brasil, não só por causa de leis brandas, mas principalmente pela ideologia de que a mulher é uma propriedade ou que deve ser subjugada.
Não se trata de bancar a feminista raivosa, apenas de não se conformar com a situação, e lutar por dias nos quais olhem para uma mulher bonita, influente e bem sucedida e não pensem: deve ter chegado onde está porque tirou a roupa para alguém.
Por isso, parabéns à mulher, e que a nossa ação transformadora persista na construção de uma sociedade melhor para todos!