quinta-feira, 21/11/2024
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A miséria da política

A vida parece seguir normalmente. As donas de casa seguem com essa tarefa santa de administrar os lares: desde a compatibilidade dos salários com as despesas todas, até o preparo das suas mágicas doses diárias de afeto e carinhos para filhos e esposos. Os comerciários seguem em suas labutas de vender mais, para que as suas comissões sejam mais gordas; e os garis nesse trabalho extraordinário de limpar as ruas das cidades… As pessoas seguem produzindo, consumindo, sendo demitidas, amando, se divorciando, construindo e reconstruindo gentes e mundos.

Essa gente diversa, de mundos diversos, de sonhos e fazeres diversos; que faz e refaz a vida nas “normalidades” diárias, parece não perceber a ebulição de um outro mundo, que aparenta existir paralelamente às suas vidas. Imersos em seus afazeres não enxergam o mundo da política, senão pelos escândalos e comportamentos que, via de regra, desqualificam e negam a política. Esse mundo começa a viver a sua ebulição periódica, que pela abrangência, impõe um turbilhão de movimentos que envolvem mentes, corações e dinheiro na perspectiva de determinar o futuro. O processo eleitoral de 2010 está em curso e, ainda que as “pessoas comuns” não o percebam claramente, já está determinando as ações e projetos de partidos políticos, o que é natural, e, infelizmente, dos governos federal, estadual e municipal.

Nossos governantes não trabalham na perspectiva de superar os problemas da sociedade e da administração pública, que não são poucos! De fato, estão focados no processo eleitoral do ano que vem e, assim, com raríssimas exceções, não conseguem mais ver o cidadão e a cidadã com seus problemas, desafios e sonhos; vêem apenas e tão somente o eleitor. Lula, Blairo e Wilson não governam, fazem campanha antecipadamente. Lula passeia Brasil a dentro com sua Dilma à tira-colo. No plano estadual, conforme noticiam os meios de comunicação, o Governador Blairo declara à luz do dia, impunemente, e seus aliados reafirmam isso, que renunciará ao mandato, na tentativa de “turbinar” político-eleitoralmente o vice-governador, seu candidato à sua sucessão. O governador Blairo com esse gesto se apequena e horizontaliza-se ao rés do chão do mais rançoso fisiologismo político. Por sua vez o prefeito de Cuiabá, candidato ao governo representando um grupo que ainda ressente a perda do seu líder maior, o insubstituído Dante, perdeu a perspectiva de governante para se dedicar diuturnamente ao seu projeto eleitoral. Desse modo, as crises que a sua administração vive, especialmente o caos na saúde pública, são tratados sob as orientações dos manuais de política eleitoral, de marqueteiros, e não com atitudes e procedimentos de um governante estadista.

O interessante é que, observando as pesquisas que tentam levantar o humor da sociedade em relação aos “pré-candidatos” ao governo estadual, percebemos que em várias situações mais de 70% da população sequer escolhem qualquer um deles. Isto é muito sintomático. Como observou inteligentemente o ex-ministro Gilberto Gil: “O povo sabe o que quer, mas, também, quer o que não sabe”. A sociedade mato-grossense mudou muito nas últimas três décadas: desde a sua composição sócio-econômica e cultural, até a sua compreensão e exigências político-eleitorais. A nossa gente, especialmente a nova classe média com seus sonhos e temores, parece indicar a espera por um nome que, não sendo político profissional, tenha postura, capacidade administrativa e estatura política de um estadista. Enquanto isso, a vida segue com as suas “normalidades”…

Prof. Elismar Bezerra Arruda
Secretário Geral do PPS/MT

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Parmenas Alt
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